A Secil, Companhia Geral de Cal e Cimento, SA, em colaboração com a Ordem dos Engenheiros, elegeu os projectos que mais se distinguiram, em 2007, nas áreas de Engenharia Civil e Arquitectura.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) foi duplamente galardoada. O engenheiro José Mota Freitas, docente da instituição, venceu o Prémio Secil Engenharia Civil com o projecto da Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima. O projecto de ponte pedonal móvel, na Marina de Viana do Castelo, de cinco alunos da FEUP, foi um dos laureados com o Prémio Secil Universidades, também na área da Engenharia Civil.

José Mota Freitas

Engenheiro civil, professor catedrático convidado da FEUP desde 1968, é autor de vários projectos como o reforço da ponte ferroviária sobre o Rio Coura em Caminha, o Pavilhão do Futuro na Expo 98, os centros comerciais Odivelas Parque e 8ª Avenida (S. João da Madeira), o Business Park da Maia, a obra de cobertura do auditório do Centro Pastoral Paulo VI e a cobertura da Capelinha das Aparições, ambas no Santuário de Fátima.

“É sempre bom vermos o nosso trabalho reconhecido”

Carlos Albuquerque, em conjunto com mais quatro colegas do último ano de curso de Engenharia Civil da FEUP, foi um dos premiados da Secil. O projecto que desenvolveram de uma ponte pedonal móvel para a marina de Viana do Castelo surgiu “no âmbito da disciplina de projecto de estruturas em 2006/07”.

“Fazer um projecto com características que pudessem ganhar o prémio Secil foi, desde início, uma motivação extra”, revela o finalista ao JPN.

Carlos Albuquerque e os colegas consideraram o desenvolvimento de uma ponte pedonal, especialmente móvel, “um desafio bastante aliciante porque soma três dificuldades: em primeiro lugar, a nível de estruturas; depois, garantir o conforto dos peões que atravessam a ponte, por causa das vibrações; e, por fim, construir uma ponte que pudesse mover-se de forma a permitir a passagem de barcos de maiores dimensões para entrarem na marina”, explica.

O aluno acredita que vencer este prémio não será “o factor decisivo” para conseguir ingressar no mundo do trabalho, “mas é sempre algo que vai constar no currículo”. Carlos Albuquerque disse, ainda, que “a recompensa económica não é o mais importante mas é, sem dúvida, muito significativa”. O grupo vencedor vai dividir entre si uma quantia de cinco mil euros referentes ao valor monetário do prémio.

No concurso de Engenharia Civil, foram também premiados alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, da Academia da Força Aérea. No prémio Universidades para arquitectura, os vencedores pertencem às universidades Lusíada de Lisboa e Porto e ao Instituto Superior Técnico.

Sensibilizar para a importância da profissão

Nuno Maia, director comercial da Secil, explicou ao JPN as razões que motivaram a criação dos Prémios Secil de Arquitectura e Engenharia Civil. O principal objectivo é “reconhecer o trabalho feito pelos principais arquitectos e engenheiros portugueses no sentido de projectar e dignificar as duas áreas, uma vez que são os principais prescritores do produto que a Secil produz e que estão intimamente ligadas às nossas actividades profissionais”, revela.

Deste modo, Nuno Maia salienta que “o que se pretende é distinguir uma obra, de engenharia ou arquitectura, que tenha como componente principal o betão estrutural e que se distinga significativamente das demais, pela capacidade técnica encontrada e pelo arrojo, no caso da engenharia civil e da arquitectura, respectivamente”.

“A criação dos Prémios Universidades, em 1998, corresponde a uma sensibilização dos estudantes finalistas para a importância da profissão, para uma procura de rigor e excelência e funciona como um reconhecimento do mérito dos melhores trabalhos que eles sejam capazes de executar”, acrescentou.