Orlando Gaspar concorre em lista única à concelhia do PS-Porto nas eleições deste sábado, 5 de Abril. A candidatura fica marcada pela união com Avelino Oliveira que concorreu em lista contrária nas últimas eleições. Em entrevista ao JPN, Orlando Gaspar critica a política de Rui Rio pela ausência de diálogo com os portuenses.

Qual a relevância da recandidatura às eleições de 5 de Abril, já que é candidato único?

O que pretendo é unir a concelhia em torno do processo autárquico. E estamos inteiramente disponíveis para decidir em sintonia com a direcção nacional do partido e com a federação distrital do Porto.

Concorre em lista única e conta com o apoio de Avelino Oliveira que concorreu em lista oposta no ano anterior. É sinal de união dentro do partido?

O projecto de unidade não é um negócio nem um acordo, tem a ver com a estratégia autárquica para o Porto que passa por estabelecer o princípio de que, independentemente de não haver unanimismo na escolha do candidato, vai pelo menos haver unanimidade no objectivo.

Quais os objectivos da recandidatura?

O objectivo é ganhar a Câmara do Porto. O trabalho já começou a ser feito no ano passado e agora é continuar. Conseguimos articular os órgãos do partido, estabelecer as relações entre a concelhia, vereadores e assembleia municipal. Incluímos os presidentes de junta e as secções do partido para que resulte numa apresentação ás eleições nas melhores condições possíveis.

Têm sido referidos muitos nomes para a candidatura pelo PS à Câmara do Porto, mas o de Elisa Ferreira tem sido mais falado. É uma figura a ter em conta?

A imprensa tem falado em muitos nomes, mas ainda não tenho referência de nenhum. Estou em fase de ouvir elementos do partido e ainda falta muito tempo. Muitos dos nomes que têm sido falados são os que habitualmente vêm à conversa por esta altura, por isso entendo que não devo falar de nenhum em especifico.

A relação com a direcção nacional do partido encontra-se mais reforçada?

Tenho defendido as políticas do Governo e damos provas de que esta concelhia está ao lado de Sócrates. Não vejo razão para que o partido não confie em mim. A Câmara do Porto é uma câmara importante para o país, por isso, entendo que o secretário-geral queira ter uma palavra a dizer, mas não queremos ser meros espectadores num filme em que somos os principais actores.

Espera encontrar um Rui Rio mais fragilizado nas próximas autárquicas?

Penso que sim. Censuro esta governação de Rui Rio, falhou em muitos pontos. Por exemplo, no que diz respeito à habitação social, o que tem sido feito é remendar, arranjar por fora. Na parte do ambiente também nada tem sido feito quando estão faladas muitas possibilidades para criar zonas verdes na cidade.

Concorda com as concessões a privados levadas a cabo pela Câmara do Porto?

Eu concordo com a relação público-privado, mas se a cidade tiver ao comando do património. O que Rio fez de mal foi levar a cabo decisões nas costas das pessoas, isso não resulta. É necessário dialogar com a cidade.

Que perfil deve ter o candidato ideal à Câmara do Porto?

Vasta experiência política e nome conhecido a nível nacional. Precisamos de alguém que conheça bem a cidade e que esteja empenhado no projecto. Estamos em fase de ouvir a opinião de diversas pessoas dentro do partido.