Os trabalhos na escarpa da Serra do Pilar, em Gaia, foram oficialmente iniciados esta quarta-feira, com a visita ao local da governadora civil do Porto, Isabel Oneto.

A governadora civil confirmou que estão reunidos todos os meios necessários para avançar com as medidas de minimização de risco na escarpa. “Amanhã [quinta-feira], às 8h00, começam as máquinas a trabalhar”, disse.

Estão definidos três grupos de trabalho, num total de aproximadamente 70 pessoas. O Governo Civil do Porto adjudicou à empresa MC2E – Consultores de Engenharia, Lda., a coordenação e fiscalização dos trabalhos, cuja duração está prevista para dois meses.

A demolição dos anexos em ruína e a construção da rede de drenagem de águas pluviais ficarão a cargo de equipas da Câmara de Gaia, enquanto que a limpeza da vegetação será executada pela empresa ACA – Construções Alberto Couto Alves, S.A. A empresa irá ainda proceder à preparação do terreno com vista à realização de um estudo que permita a posterior consolidação da escarpa.

A governadora civil do Porto disse que, para o caso de ser necessário proceder a desalojamentos temporários, a Segurança Social e a Câmara de Gaia foram contactadas “para, em conjunto, ser encontrada uma solução”. Afirmou que a intenção da Câmara de Gaia de desalojar os moradores e demolir as habitações “tem a ver com a ilegalidade das casas”. “É uma medida administrativa que pode ser aplicada aqui na escarpa ou em outro ponto qualquer do concelho, relativamente a qualquer construção ilegal, mas que não esteja em risco”, explicou.

Moradores satisfeitos

Os habitantes da escarpa da Serra do Pilar mostram-se satisfeitos com as medidas propostas pelo Governo Civil do Porto e não poupam elogios a Isabel Oneto. “Tratou-nos como gente. Não foi como a câmara, que nos tratou como animais”, disse a moradora Infância Teixeira.

Angelina Costa, outra das moradoras, referiu-se à governadora civil do Porto como “amiga” e criticou a câmara, que notificara os moradores para sairem de casa durante a noite. “Vieram com a polícia de intervenção. Parecia quase o Texas. Algumas pessoas passaram mal até”, diz.

Os trabalhos de minimização dos riscos na escarpa surgem em sequência da declaração de situação de alerta, comunicada pela governadora civil do Porto a 17 de Março.