O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, diz que “há todo um sistema de ensino que tem condicionado a excelência de todos os cursos de engenharia”. “Há universidades que formam muito bem os alunos e os preparam para seguir carreiras que têm sido reconhecidas, quer a nível nacional como internacional, e há universidades que não o fazem da mesma forma”, afirmou.

Fernando Santo falava ao JPN a propósito dos projectos distinguidos com os Prémio Secil 2007: José Mota Freitas, com o Prémio Secil Engenharia Civil, e projectos de alunos de Arquitectura e Engenharia Civil, com o Prémio Universidades. Bons exemplos para o bastonário.

Fernando Santo, que elogia a iniciativa da Secil, destaca o Instituto Superior Técnico (IST) e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), duplamente galardoada este ano, como os “dois grandes berços da engenharia”. Realça também o trabalho das universidades de Aveiro e Minho “em áreas menos convencionais como as telecomunicações ou a informática”, respectivamente.

Problemas com duas décadas

Apesar dos bons exemplos, o bastonário diz que Portugal não tem conseguido “uma homogeneidade de formações e competências que se esperam ter no final de um curso, e que permita dizer que, de uma forma geral, todas as universidades cumprem esse objectivo”.

Na opinião do bastonário, o que justifica o actual cenário é a existência de “uma falta de critério de qualidade no reconhecimento dos cursos de ensino superior, que começa logo por dificuldades acrescidas no ensino básico e secundário em matérias fundamentais para a engenharia como a matemática e a física” e que se tem verificado ao longo das últimas duas décadas.

Tal como todos os projectos premiados nas edições anteriores, o da Igreja da Santíssima Trindade em Fátima, da autoria do engenheiro José Mota Freitas venceu com “todo o mérito”, diz. Portugal tem “uma grande montra de projectos de elevada qualidade” na área de engenharia civil, conclui.