O Laboratório de Acústica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai desenvolver um plano para reduzir o ruído em excesso no concelho da Maia.

O acordo de colaboração entre a faculdade e a autarquia da Maia (que se estende até finais de Junho) integra-se no protocolo celebrado entre a FEUP e Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que visa a concretização de um manual técnico para elaboração de planos municipais de redução de ruído.

O projecto vai consistir na análise do mapa de ruído da Maia por parte de especialistas, com o objectivo de determinar as zonas de ruído mais problemáticas no concelho e determinar as respectivas medidas de solução.

A Maia já possui mapa de ruído há mais de um ano, facto que, entre outros, levou à escolha da autarquia maiata para a elaboração de um “plano piloto” de redução de ruído.

Plano incide nas “zonas de conflito”

Segundo o documento que estabelece o acordo de colaboração entre as duas entidades, enviado pela autarquia ao JPN, o trabalho a ser concretizado passa pela “identificação das zonas de conflito (onde o nível sonoro verificado é superior ao máximo admissível para a classificação correspondente)”.

Algumas medidas já propostas pelo mapa:

– Desnivelamento ou o enterramento das vias rodoviárias mais ruidosas
– Implementação de pavimento absorvente nas estradas de circulação mais rápida
– Introdução de áreas de velocidade controlada na malha urbana
– Instalações de barreiras acústicas nos viadutos

O plano prevê também o estabelecimento de uma “hierarquia das zonas de conflito”, e dentro de cada uma delas “serão assinaladas as fontes sonoras mais preponderantes”.

Numa fase posterior serão determinadas as “medidas de minimização de ruído que se considerem mais apropriadas a cada uma das situações de incumprimento verificadas da responsabilidade da edilidade”.

Cecília Rocha, docente da FEUP e membro da equipa que coordenou o guia de elaboração dos planos muncipais de redução de ruído, disse ao JPN que já foi concretizado algum trabalho “em termos de identificação das zonas mais problemáticas” e “algumas medidas que também já se ensaiaram”.

”Redução da fonte é a medida mais eficaz”

Entre as maiores fontes ruidosas na Maia encontra-se o trânsito rodoviário, o aeroporto Francisco Sá Carneiro e algumas unidades industriais.

Cecília Rocha afirma que “a redução da fonte é a medida mais eficaz” e dá um exemplo: “Se uma fábrica é problemática, ela deve passar a emitir menos”. Sublinha ainda que “não existem medidas generalizadas” pois “é preciso ver qual é a solução mais adequada” e “economicamente exequível”.