Desde o começo do processo de nomeação do candidato democrata às eleições presidenciais norte-americanas de Novembro deste ano que há um nome, apesar de incomum, que passou a ser conhecido do público norte-americano e, até, mundial: Barack Hussein Obama. Já considerado um dos melhores oradores das últimas décadas, rapidamente surgiram as comparações com John Fitzgerald Kennedy e com Martin Luther King.

A especialista em Relações Internacionais Teresa Botelho não renega por completo a ideia de um novo Luther King, mas deixa claro que Obama vale por si mesmo. “Acho que ele [Obama] não é um novo Martin Luther King, porque felizmente não precisa de ser. É um político pós-Martin Luther King e apesar de ter conversas sobre diferenças, são discursos sobretudo focados na transcendência das diferenças e é isso que tem um eco extraordinariamente grande na população norte-americana”, explicou Teresa Botelho.

Obama, o herdeiro das conquistas de Luther King

Os tempos de Luther King e de Obama são, necessariamente, diferentes. E por isso, inevitavelmente, as plateias. Teresa Botelho realça esse pormenor e intitula Obama de “herdeiro das conquistas de Martin Luther King”. “Obama é o produto das conquistas que King assegurou que fossem transpostas na lei. Mas, felizmente, a sociedade para quem Obama fala é já uma sociedade muito diferente”.

A especialista acredita que, tal como Luther King e Kennedy, Obama pode ter no desejo de mudança dos americanos a chave da Casa Branca. “O público americano está muito inclinado para mudar substancialmente. Os americanos, ao contrário dos europeus, querem que se goste deles e convivem muito mal com a ideia de terem uma imagem pública negativa. Ora, tudo isto contribui para a possibilidade de vitória do senador Obama”.