O primeiro pólo de competitividade português, Health Cluster Portugal (HCP), foi constituído esta sexta-feira, na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). Na cerimónia de apresentação e escritura pública da constituição associativa do cluster da saúde estiveram presentes vários representantes das 68 entidades fundadoras, incluindo o reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos.

O pólo será presidido por Luís Portela, da farmacêutica Bial e terá Leonor Beleza, da Fundação Champalimaud como presidente do Conselho Fiscal. Uma das vice-presidências será ocupada pelo ex-reitor da universidade sueca de Lund, Per Belfrage, que é também presidente da Medicon Valley, projecto na área da biotecnologia que concentra um elevado número de investimentos na área das ciências da vida.

O ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, fez um breve discurso, no qual salientou que “o todo é definitivamente maior do que soma das partes”, uma vez que os “agentes económicos funcionam melhor em rede” e que esta iniciativa “está totalmente de acordo com as linhas do Governo”, sendo viável o acesso a todos os programas do QREN.

Em representação do Governo estiveram também presentes o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, o secretário de Estado-adjunto da Indústria e da Inovação, António Castro Guerra e o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Nuno Baleiras. Este último referiu na cerimónia que “é esta disponibilidade para investir, modernizar e construir o estímulo vital de que Portugal necessita” e que o Governo tem “um claro apreço por este trabalho”. Rui Nuno Baleiras acrescentou que o “país [ficará] devedor perante a CCDR-Norte por ter ajudado a lançar a âncora” desta iniciativa.

Rui Baleiras salientou o papel do QREN no apoio a iniciativas, pois “é um poderoso estímulo do que Portugal tem para oferecer a si mesmo”, já que “potencial humano, factores de competitividade e valorização do território são simultaneamente agendas temáticas, programas operacionais e veículos de orientação clara”.

“O QREN tem hoje 7.099 milhões de euros em concursos abertos ou em fase de apreciação de candidaturas”, “12.825 candidaturas apresentadas até segunda-feira passada e 10.252 milhões de euros de intenções de investimento”.

Iniciativa “importante” num país que espera sempre que “Estado empurre”

Manuel Pizarro referiu que a iniciativa é “particulamente importante”, uma vez que no país se espera sempre que “o Estado empurre”. “O desenvolvimento económico só será possível através de uma economia do conhecimento, que o pólo proporciona”, rematou.

Luís Portela, presidente da HCP, referiu o facto de o pólo já ter sido formado, mesmo sem haver regulamentação, e realçou que o projecto começou com 20 elementos fundadores, tendo agora quase 70. “Sabemos que temos gente muito boa nesta área”, afirmou o presidente, apontando para os “2.500 doutorados nas áreas da ciência e da saúde”.

O pólo tem como objectivo fomentar a transferência de tecnologia entre quem investiga e quem produz, incentivar a competitividade, investigação, concepção, desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos e serviços associados à área de saúde a uma “escala global”.