O Conselho Municipal de Segurança (CMS) do Porto reuniu-se, esta terça-feira, com a Polícia de Segurança Pública (PSP), para discutir a criminalidade que se tem sentido na cidade. Durante a reunião foi apresentado um relatório da PSP, que revela que a criminalidade diminuiu de 2006 para 2007, mas que existe uma maior agressividade e uma maior utilização de armas de fogo.

O vereador das Actividades Económicas e Protecção Civil afirmou que não podia “deixar de constatar, que os números apresentados pelo relatório, não estão em consonância com o sentimento de insegurança das pessoas“. Para Sampaio Pimentel, um dos principais motivos para aumento da insegurança, entre a população portuense, é a ocorrência de crimes violentos relacionados com a noite.

No entanto, aponta outras causas, como o “regresso dos arrumadores ao centro do Porto”, devido ao “abandono” do programa “Porto Feliz”, que o Governo deixou de apoiar. Segundo Sampaio Pimentel, esta situação veio “acentuar as dificuldades, para quem tem a competência de agir, nomeadamente a PSP”. Outro factor prende-se com a “mediatização de certos crimes”, que “provoca reacções”, referiu o vereador.

Faltam meios humanos e materiais

Em entrevista recente ao JPN (ver vídeo nesta página), Rui Matos, comissário da divisão de investigação criminal da PSP, afirmou que o crime violento não tem aumentado, mas revelou que ele é praticado actualmente com maior agressividade. “Os crimes agora são praticados com mais armas de fogo, existem mais homicídios, mais pessoas que são assaltadas e que são baleadas. Isto sim é um sinal preocupante”, referiu.

Segundo Rui Matos, a cidade do Porto “em termos de criminalidade está controlada, mas o tráfico de rua é mais acentuado, como no bairro de Aleixo, que é o caso mais preocupante”.

Na conferência de imprensa desta terça-feira, Sampaio Pimentel afirmou que uma das formas de combater a criminalidade e falta de segurança é o aumento do reforço policial nas ruas. Rui Matos concorda, apontando como principais dificuldades “a falta de meios humanos e materiais para atender ao aumento da população”. “Actualmente temos alguma dificuldade no visionamento do agente fardado”, reconheceu.