Arrancou, esta sexta-feira, a quarta edição da iniciativa Medicina na Periferia. Até domingo, alunos do curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) vão realizar rastreios em seis concelhos do Norte do país. O objectivo é chegar a duas mil pessoas.

Mesão Frio, Baião, Vinhais, Celorico de Bastos, Vila Pouca de Aguiar e Ponte de Lima foram as localidades que aceitaram o desafio do ICBAS. Em cada uma delas estará uma brigada de seis elementos que ficará encarregue de realizar os diferentes rastreios nas áreas da hipertensão arterial, glicemia, colesterol, cálculo do índice de massa corporal e medição do perímetro abdominal.

Na eventualidade de serem detectados casos que indiciem a existência de algum problema de saúde, os doentes serão reencaminhados para o centro de saúde local.

Medicina na Periferia abrange alunos do primeiro ao sexto ano

A iniciativa que procurará, acima de tudo, atingir as populações mais carenciadas “beneficia não só os concelhos, mas também os estudantes”, afirmou ao JPN Alexandra Babo, da Associação de Estudantes do ICBAS.

“O projecto é muito bom para nós: deixamos de ter contacto apenas com a medicina hospitalar, para ter também com a medicina dos centros de saúde. Para além disso, os estudantes desenvolvem capacidades de comunicação com os doentes”, esclareceu, acrescentando ainda que, “apesar de existirem algumas pessoas que têm simpatia inata, a capacidade de estabelecer uma ligação com o doente – neste caso com a pessoa rastreada – é uma característica que se treina”.

As inscrições para a Medicina na Periferia estão abertas a alunos do primeiro ao sexto ano, não existindo um critério de escolaridade. “Os estudantes do primeiro ano podem ir, pois antes de irem para a iniciativa têm uma formação específica que lhes é dada por um médico e adquirem conhecimentos científicos sobre as patologias que vão ser rastreadas”, explicou.

Iniciativa é alvo de grande procura

André Lourenço, de 21 anos, actualmente no quarto ano do curso de Medicina, reconhece que a sua participação na iniciativa “foi uma mais-valia em termos de experiência”. “É muito importante para nós começarmos a contactar com os doentes o mais cedo possível”, diz. Este ano, não se inscreveu no projecto, devido ao reduzido número de vagas. “É preciso dar oportunidades a todos”.

Alexandra Babo confirma que existe uma elevada adesão a este projecto que promove, sobretudo, o contacto com a realidade dos cuidados de saúde: “Há sempre muita procura. Actualmente, a lista de suplentes é bastante grande”.