Mais de 47 milhões de eleitores vão ser chamados às urnas durante um período de dois dias, procedimento normal nas eleições legislativas em Itália. Entre os principais concorrentes está o Partido Povo da Liberdade (PDL) coligação liderada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e o Partido Democrata (PD), encabeçado por Walter Veltroni.

As últimas sondagens divulgadas pela revista “Il Corriere Magazine” previam uma vitória da direita, à frente por 9% das intenções de voto, sendo que a lei italiana proíbe a sua realização nas duas semanas anteriores às eleições. O falhanço político do primeiro-ministro italiano Romano Prodi tem sido apontado como principal motivo para a vantagem de Berlusconi. Depois de ter perdido as eleições de 2006 pela margem mais pequena da história italiana, Berlusconi aproveitou, de imediato, esta oportunidade para tentar voltar a assumir o comando do país italiano.

Pela primeira vez a enfrentar um escrutínio nacional, Walter Veltroni, antigo presidente da câmara de Roma, considerado por muitos como o símbolo da mudança da esquerda italiana, vai enfrentar o confiante “Il Cavaliere”, como é conhecido Berlusconi, que já fez saber estar 100% seguro da sua vitória nas eleições legislativas e que vai necessitar de maioria absoluta para governar da melhor forma, como refere o “La Stampa”. Esta será a quinta vez que Berlusconi vai a votos como líder da coligação de direita.

“Quem vencer as eleições, seja a esquerda ou a direita, vai ter muitas dificuldades devido à crise económica internacional que torna a situação italiana mais difícil”, como explicou ao JPN o porta-voz da embaixada italiana, Giovanni Bregnoli. As previsões mais recentes do Fundo Monetário Internacional apontam para uma taxa de crescimento italiana de apenas 0,3%, muito abaixo do esperado para os seus parceiros na Zona Euro.

O homem mais rico de Itália já adiantou o nome de quem ocupará o cargo de ministro da Economia, caso vença as eleições de 13 e 14 de Abril. Giulio Tremonti será o escolhido, o mesmo que já detinha essas funções no anterior mandato do líder do PDL.

Estas eleições foram convocadas por Romano Prodi, que abandonou o cargo de primeiro-ministro em Janeiro, após 20 meses no poder, devido ao colapso da coligação de centro-esquerda e do chumbo de uma moção de confiança por parte do Senado. Apenas um governo italiano conseguiu manter-se no poder durante um mandato completo de cinco anos, nos últimos 50 anos: o liderado por Berlusconi entre 2001 e 2006.