A visita do Papa Bento XVI aos EUA, até domingo, é a terceira de um pontífice a este país, que já tinha sido visitado pelos papas Paulo VI e João Paulo II.

O presidente George W. Bush recebe esta quarta-feira Joseph Ratzinger, dia em que o Papa completa 81 anos. Este irá falar sobre os problemas que marcam a actualidade norte-americana, como a escravatura moderna e a pena de morte, praticada nalguns estados dos EUA. Os escândalos de pedofilia e o declínio do catolicismo são, porém, os principais assuntos a serem debatidos.

A denúncia de casos de abusos a menores no seio da comunidade religiosa remonta a 2002. Na altura, a Igreja Católica teve que pagar 400 milhões de euros em indemnizações. No entanto, a consequência maior foi a imagem enfraquecida com que ficou a hierarquia católica.

Em entrevista à Fox News, o secretário de Estado do Vaticano, Tarciso Bertone, revelou que Bento XVI tem consciência dos “danos e da dor causada pelos abusos sexuais cometidos por clérigos”. Por isso, “tentará curar as feridas durante a sua viagem aos Estados Unidos”, disse.

Bento XVI

Foi aos 78 anos que o Papa Bento XVI foi eleito líder da Igreja Católica, pelo colégio dos cardeais. O conclave, findo em 19 de Abril de 2005, foi um dos mais rápidos da história, tendo tido apenas quatro votações e durado 22 horas. No dia 24 de Abril, tomou posse numa cerimónia na Basílica de São Pedro.

Bento XVI vai, assim, aproveitar a sua passagem pelos EUA para dialogar com os católicos do país, na tentativa de ganhar de novo a confiança dos cristãos e da sociedade civil.

No último dia da visita, Bento XVI vai deslocar-se ao “Ground Zero”, local dos ataques do 11 de Setembro em Nova Iorque. Aí, o Papa irá fazer uma oração pelas vítimas e pela conversão ao amor “daqueles cujos corações e pensamentos estão consumidos pelo ódio”.