Quase no Pacífico e bem no Norte do país, Vernonia é uma pequena cidade de apenas dois mil habitantes. Pertence ao condado de Columbia, estado de Oregon, nos Estados Unidos. As eleições primárias apenas chegam ao Oregon, predominantemente republicano, no dia 20 de Maio, mas muitas opiniões já estão formadas.

É o caso de Catherine Ward e Byron Brown. Ela é republicana, ele diz-se independente, mas com raízes democratas. Cathy vai votar em John McCain porque não quer um democrata na Sala Oval. Ao JPN, diz que o que o país precisa é de “segurança nacional e de uma boa economia”. “A segurança está OK, garante, mas a economia só está bem “em determinados sítios”, porque a forma de viver nos EUA torna o sistema “demasiado dependente do petróleo estrangeiro”.

Não está ansiosa pelas eleições e pela mudança e assegura que esse não é o estado de espírito do povo americano. Cathy diz ainda não acredita numa “vitória clara” de nenhum candidato. O país, refere, está dividido.

“Ninguém gosta de guerra, mas não podíamos ficar parados”

Se quanto aos republicanos não há dúvidas sobre o candidato, o mesmo não acontece no universo democrata. “Os democratas estão polarizados”, conta a professora. “Muitos não acreditam em Clinton e por isso vêem em Obama uma boa oportunidade”.

Cathy acredita no que considera ser o principal argumento de John McCain: o Iraque. Ainda com o sentimento da amargura que causaram os ataques do 11 de Setembro, assume que “ninguém gosta de guerra”, mas considera que ninguém podia “ficar sentado a ver”. “Era preciso fazer alguma coisa. Acho que a maioria dos americanos não apoia a guerra, mas apoia a presença de soldados no Iraque”, afirma.

“Bush foi um desastre”

Byron diz que vota “no melhor”, não olhando a partidos. Este ano vai votar Obama, porque não acredita que Hillary esteja melhor preparada, como a candidata tanto gosta de anunciar. A primeira escolha até nem foi o senador do Illinois, mas Byron argumenta que, agora, quanto mais o ouve, mais gosta dele. Para além disso, diz-se “chateado” com a campanha de Clinton, que se “vira contra Obama em vez de se virar contra McCain”.

O país precisa, segundo Byron, de uma “boa liderança”, “que represente o país”. Algo diferente do que tem sido, na opinião do professor, o actual presidente. “Bush tem sido um desastre, não tem representado o país, mas sim uma minoria poderosa. Tem governado o país de uma forma muito radical, e se ele representasse quem nós somos, eu ficaria muito envergonhado”.

O professor diz ainda “temer” pela vida de Obama, por este representar “demasiadas mudanças”. “Já vimos muitos potenciais grandes líderes assassinados”, lamenta, afirmando que vê em Obama uma “representação de Martin Luther King”.