Os pedidos de ajuda alimentar à Assistência Médica Internacional (AMI), em Portugal, triplicaram em 2007. Só no ano passado, esta organização não governamental (ONG) ajudou 16.531 pessoas. Mais 11.394 casos do que em 2006, segundo dados divulgados pelos serviços de acção social da AMI.

Os pedidos de apoio social aumentaram 11%, em 2007. No ano transacto, 7.386 pessoas solicitaram apoio junto da organização, mais 862 casos do que em 2006.

A precariedade financeira, o desemprego, a falta de habitação são alguns dos motivos que levam as pessoas a pedir apoio à AMI. João Sousa, delegado da região Norte da instituição, acrescenta ainda o “alcoolismo e a toxicodependência”. Em 2007, 53% da população que procurou a ajuda desta instituição era do sexo feminino. Na origem deste fenómeno estão o desemprego, a monoparentalidade e a violência doméstica.

De 2001, altura em que a região Norte aderiu ao programa comunitário de ajuda alimentar a carenciados, até 2007, João Sousa explica que os comportamentos mudaram. “Dantes vinham cá buscar um quilo ou dois de arroz, no ano passado, no último programa, vinham buscar fosse o que fosse”, refere.

Os serviços de acção social mais procurados

Todos os anos surgem na AMI 2.800 novos pedidos de ajuda. “A lotação do abrigo está completa, não podemos por lá mais camas, muitas das pessoas que estão lá são as do programa Porto Feliz”, refere João Sousa. A situação do refeitório não está melhor, como reporta o representante da instituição. No serviço de farmácias da AMI, mediante receita médica, os medicamentos são entregues às pessoas, dependendo sempre dos stocks.

Há também cada vez mais pedidos junto dos clubes de emprego da AMI. ”Há uma parte significativa das pessoas com alguma idade, entre os 40 e muitos, 50 anos, que já não são aceites no mercado de trabalho e que nos procuram porque querem trabalhar”, sublinha João Sousa.