O índice de sucesso escolar no ensino superior aumentou 2,8% em Portugal, fixando-se nos 69%, indica o relatório divulgado este mês pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), referindo-se ao período de 2003/2004 para 2005/2006.

Os dados revelam uma aproximação de Portugal à média dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que, em 2003/2004, se situava nos 70%.

De acordo com o relatório (em PDF), que apenas tem em conta os cursos de formação inicial (bacharelatos e licenciaturas), o índice de sucesso escolar é mais elevado no ensino privado. Enquanto no ensino superior público são as universidades que apresentam melhores resultados, no privado é o ensino politécnico que mais contribui para o sucesso escolar.

Os níveis de sucesso escolar mais elevados observam-se nos cursos das áreas da Saúde e dos Serviços Sociais, tanto no ensino público como no privado. A formação de professores também soma pontos, sobretudo no privado. Direito apresenta os melhores resultados no ensino público.

Por outro lado, o insucesso escolar é visível nas áreas da Informática, das Engenharias e das Ciências da Vida.

O índice de sucesso escolar é calculado com base na proporção de diplomados de um determinado curso ou grau em relação aos inscritos pela primeira vez nesse curso “n” anos antes, sendo “n” o número de anos de duração da formação.

A adopção, em 2005/2006, do modelo do processo de Bolonha em algumas instituições, justifica os valores de insucesso muito elevados de alguns cursos, nomeadamente os bi-etápicos. Nestes casos, muitos alunos do 3º ano optaram por se integrar nas licenciaturas adequadas a Bolonha, em vez de solicitarem a emissão do diploma de bacharel, como se verificou, por exemplo, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, onde o insucesso escolar atingiu os 96%.

O relatório não teve em conta factores como a variação do número de vagas e a alteração da denominação e duração de alguns cursos. As transferências de curso, os reingressos, os abandonos e as mudanças de planos curriculares também não foram considerados o que, segundo o próprio relatório, poderia “afectar significativamente os resultados”.