A Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes (FPDD) promove o desporto adaptado em colaboração com cinco associações, correspondentes a diferentes áreas de deficiência: auditiva, visual, motora, intelectual e paralisia cerebral.

Contudo, as deficiências intelectuais e auditivas não vão fazer parte dos Jogos Paraolímpicos de Pequim. Os atletas portugueses de deficiência intelectual não vão poder participar porque o programa paraolímpico não desenvolveu provas para essa área de deficiência.

Costa Pereira, presidente da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual (ANDDI), considera que esta exclusão se deve a uma questão discriminatória, porque “a deficiência intelectual, tal como a auditiva, não é visível”. “Não têm a espectacularidade de outros desportos e outras deficiências”, afirma.

O presidente da ANDDI salientou que Portugal teve participações em Atenas e Sidney. “Este ano não é Portugal que não participa, simplesmente não há provas”. Como resultado, houve necessidade, a nível internacional, de fazer uns jogos alternativos para atletas com deficiência intelectual. Os Global Games vão realizar-se em 2009 na cidade de Liberec, na República Checa.

Em declarações ao JPN, Costa Pereira revelou ainda que está a haver um esforço do governo britânico no sentido de integrar a deficiência intelectual nos Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012.

Já a deficiência auditiva, representada em Portugal pela Liga Portuguesa de Desportos para Surdos (LPDS), nunca esteve incluída nos Jogos Paraolímpicos, e tem uma competição própria – os Jogos Surdolímpicos – que se vão realizar em Taipei, em 2009.

Associações com expectativas elevadas para Pequim

A Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), criada em 1989, vai levar a Pequim cerca de uma dezena de participantes em atletismo. Por falta de especialização, o judo e o goalball não vão estar representados. Carlos Ferreira, presidente da ACAPO adiantou que “as expectativas são boas” e pelos resultados que a equipa tem tido, “pelo menos metade dos atletas são favoritos” para a conquista de medalhas.

A Associação Nacional de Desporto para Deficiência Motora (ANDDEMOT) existe desde 1995 e tem filiados cerca de 37 clubes e 200 praticantes. Nesta área de deficiência estão integrados na preparação paraolímpica atletas de natação e atletismo.

Joaquim Viegas, presidente da PCAND (Paralisia Cerebral – Associação Nacional de Desporto) revelou que esta área de deficiência vai levar a Pequim todas as modalidades, excepto futebol de sete. “Neste momento temos um ciclista, quatro nadadores, uma atleta em atletismo e nove jogadores de boccia, apesar de nem todos os praticantes desta modalidade terem paralisia cerebral”, informou.

O presidente revelou que “as expectativas são sempre altas porque as possibilidades de chegar ao pódio são reais”. “Este ano um ou dois nadadores podem chegar às medalhas, e em boccia todas as categorias têm sido medalhadas”, afirmou.