Está aberto o concurso público para a requalificação da rua Miguel Bombarda, no Porto. Depois de muitas promessas e sucessivos adiamentos, 2008 será o ano que vai marcar o arranque da reabilitação, que inclui o troço da rua da Boa Nova, entre D. Manuel II e Adolfo Casais Monteiro. Segundo a Câmara Municipal do Porto, a obra deverá começar no segundo semestre deste ano e estar pronta “num prazo estimado em cerca de seis meses”.

A rua dos galeristas vai, assim, receber as obras que em parte do seu traçado eliminarão os automóveis. Miguel Bombarda vai ser pedonal, garantindo-se, no entanto, o acesso dos veículos dos moradores com garagem, para cargas e descargas e prioritários. A rua da Boa Nova continuará, contudo, aberta ao trânsito.

A mudança da face de Miguel Bombarda é ambicionada já há muitos anos. Há 10 anos, a primeira maqueta do arquitecto Filipe Oliveira Dias foi apresentada à cidade na esperança que esta integrasse o programa de reabilitação urbana da Capital Europeia da Cultura, tentativa que saiu gorada.

Para além do arruamento pedonal, as obras a executar englobam ainda a reformulação de todas as infra-estruturas existentes, incluindo a iluminação pública e o combate ao estacionamento ilegal.

O revestimento final do pavimento segue o projecto de Filipe Oliveira Dias e vai ainda ter sete desenhos distintos e uma série de caras, esculpidas em granito, da autoria de Ângelo de Sousa.

“Até que enfim que o projecto avançou”

Fernando Santos foi o impulsionador do projecto, já antigo, que a câmara vai agora pôr em prática. “Até que enfim”, desabafou, em declarações ao JPN. Foi por iniciativa do galerista que o projecto existe e foi ele quem o entregou ao arquitecto Filipe Oliveira Dias, para este o desenvolver e apresentar à autarquia.

“Fico muito satisfeito com o desenvolvimento do assunto. Espero que fique rapidamente pronto pois é uma mais valia para a cidade, é um cartão de visita do Porto. Não é um projecto para mim, é para o município. Vai tornar o espaço muito mais apetecível e visível”, disse, em declarações ao JPN.

Satisfeito por um lado, aliviado por outro. O galerista afirmou que o “objectivo era o projecto ficar pronto em 2001, no Porto Capital Europeia da Cultura, mas como houve mudanças de gestão autárquica, o projecto acabou por se manter na gaveta”.