O órgão de tubos da igreja da Lapa é o maior da Península Ibérica, possuindo um total de 4.307 tubos e um carrilhão de 42 sinos. A 17 de Julho de 1756 iniciou-se a construção da igreja da Lapa, que viria a substituir uma capela mais pequena. Na capela-mor encontra-se o coração de D. Pedro IV, que foi oferecido pela viúva a Imperatriz D. Amélia de Beauharnais.

No dia 5 de Maio de 1991, foi assinado na igreja o contrato de compra do órgão de tubos à firma alemã Georg Jann Orgelbau Meisterbetrieb. Assim, nos finais de Maio de 1995, foi inaugurado o “grande órgão de tubos da Igreja da Lapa”. O construtor, Georg Jann, considera o instrumento que se encontra na Lapa a sua obra-prima, tendo-se mudado para Portugal para ficar mais próximo dela.

O maior tubo do órgão é de madeira e mede 10,12 metros de altura. O tubo mais pequeno é de metal e mede 9 milímetros.

Segundo Filipe Veríssimo, organista residente da igreja da Lapa, as principais diferenças entre o órgão da Lapa e os órgão ibéricos “residem principalmente no teclado“.

“O da igreja da Lapa tem quatro teclados, enquanto os ibéricos têm um, no máximo dois”, diz, acrescentando que os órgãos ibéricos se caracterizam por terem tubos na horizontal ou em chamada, mas, também, por terem teclado repartido e uma oitava curta, não possuindo pedais para tocar notas, mas sim para fazer efeitos, “como passarinhos e sininhos”.

A inspiração do órgão de tubos da Sé Catedral do Porto:

Muitos organistas portuenses, como Filipe Veríssimo e Rui Fernando Soares, que toca na igreja dos Carmelitas, descobriram a paixão por órgãos de tubos quando ouviram pela primeira vez o ressoar das teclas do instrumento da Sé Catedral do Porto.

Filipe Veríssimo teve um amor à primeira vista, quando ouviu a música que entoava das teclas deste tipo de órgãos. Segundo o organista da igreja da Lapa, esta sensação surgiu por volta de 1985, altura em que foi construído o órgão de tubos da Sé Catedral do Porto, grande impulsionador do restauro e construção de mais destes instrumentos na cidade.

“Comprei uma cassete com música de órgão e a partir desse momento fiquei obcecado por encontrar o instrumento que tivesse aquela sonoridade. Quando descobri o órgão da Sé Catedral do Porto, comecei a faltar às aulas para olhar os tubos”, afirmou Filipe Veríssmo.

Rui Fernando Soares sempre foi apaixonado por música, mas quando ouviu pela primeira vez um órgão de tubos – o da Sé Catedral do Porto – ficou impressionado. “Saí da Catedral do Porto aos berros quando ouvi o órgão a tocar, mas foi este medo que fez com que hoje tenha respeito por este tipo de instrumento”, referiu.

O órgão da Sé Catedral do Porto foi construído em 1985 e tem um total de 3.510 tubos. A construção deste instrumento na Catedral portuense impulsionou a edificação e restauro de órgãos de tubos por toda a cidade do Porto.