Foi numa quinta-feira à noite, no já longínquo dia de 18 de Novembro de 1907 que, da junção entre o Grupo Lawn – Tennis Prado, o Grupo Lawn – Tennis de Matosinhos e o Grupo Leixões Foot-Ballers, nasceu o Leixões Sport Clube. Actualmente, com mais de 100 anos de História, o clube de Matosinhos apresenta-se como um clube ecléctico, mas onde o futebol é rei nas paixões.

Numa viagem pelo tempo, memórias de outrora ressalvam em uníssono a mística do Leixões. De Albertino a Esteves, passando por Raul Oliveira, o destaque dos que já vestiram de vermelho e branco vai para a massa adepta. A verdadeira alma do Leixões.

“Jogar no [Estádio do] Mar era a força do Leixões, era a força dos pescadores e era a força dos sócios”, afirma Albertino com a voz firme de quem não duvida do que diz, para depois prosseguir. “Aqueles eram tempos difíceis para os pescadores e a única alegria que eles tinham era ver o Leixões jogar aos domingos”.

A mesma dedicação é apontada por Raul Oliveira, jogador dos leixonenses na década de 1960 e 1970. “Há poucas massas associativas tão fortes como a do Leixões”, diz. Contudo, só isso não chega. Este antigo atleta do Leixões não tem dúvidas em afirmar que “antigamente se sentia muito mais o clube do que hoje, sobretudo da parte dos jogadores”. “No meu tempo reuníamos a ‘família’ para jantares e isso trazia a união do Leixões e a força que este clube tinha”, explica.

Para completar o Leixões de outros tempo: Esteves. Mais de 30 anos depois da sua geração, “o futebol é inevitavelmente diferente”, diz. Mas tal como os outros, numa perfeita sincronia de ideias, lá vem o elemento que a todos faz tremer a voz. “A massa associativa”. “É isso que distingue verdadeiramente o Leixões de outros clubes”, remata com a certeza de quem, juntamente, com muitos outros sentiu essa força no Estádio do Mar e longe dele.