A segunda noite da Queima das Fitas abriu com um David Fonseca bem disposto e muito interactivo com os estudantes. O músico afirmou, este domingo, após o concerto, que a Queima se assemelha aos festivais de Verão e ao seu ambiente de festa, que “contagia o palco”.

David Fonseca soube combinar sucessos dos seus dois primeiros álbuns a solo, como “Our Hearts Will Beat As One” ou “Who Are U”, introduzindo, também, vários temas do último álbum, “Dreams in Colour”. “Kiss Me, Oh Kiss Me”, o mais recente single do álbum, reúne um coro considerável de vozes estudantis, mas “Superstars”, chega a todo o público do Queimódromo, sendo tocada outra vez no fim do concerto.

Uma das características dos concertos de David Fonseca são as versões de outras bandas, como foi o caso de “Song To The Siren”, de Tim Buckley. A música de James Bond introduziu a segunda versão da noite. “Video Killed The Radio Star”, dos Buggles, intercalada por “The 80’s”, naquele que foi o momento mais agitado do concerto. Perto do fim, houve ainda “A Little Respect” dos Erasure, tornada célebre em Portugal pelos Silence 4, e a eterna “Angel Song”.

A próxima visita de David Fonseca ao Porto dá-se no dia 4 de Julho, inserido no 14º Super Bock Super Rock.

“Sinto-me em casa”

Jorge Palma é presença habitual na Queima das Fitas do Porto e é possível adivinhar algumas das músicas tocadas no concerto, como “Estrela do Mar”, “Frágil” ou “Dá-me Lume”, mas o público não dispensa ouvir sucessos recentes como “Encosta-te a Mim”.

Com fãs de várias faixas etárias, a atitude do músico mantém-se jovial e a relação Palma-Queima das Fitas é já de confiança mútua. A qualidade de som que chegava do microfone não era a mais desejável, mas o piano de Jorge Palma transformou o Queimódromo numa verdadeira sala de espectáculos. “O Meu Amor Existe” foi a primeira de 22 canções tocadas no concerto deste domingo.

Para além de “Encosta-te a Mim”, o novo álbum, lançado no ano passado, deixou a sua marca com “O Centro Comercial”, “Abrir o Sinal”, “Rosa Branca”, “Voo Nocturno”, “Quarteto de Corda” e “Olá”. No encore houve ainda tempo para a “Finalmente Sós”, mas foi “A Gente Vai Continuar” que deu por terminado o concerto de um dos maiores nomes da música nacional.

O músico, que já tocou nas ruas de Paris, admitiu algum cansaço depois de “quatro concertos em cinco dias”, mas afirma que mesmo o cansaço lhe dá “gozo”. “No Porto estou em casa. Não só aqui, mas aqui sinto-me muito em casa”.