O primeiro-ministro, José Sócrates, apresentou esta quarta-feira, no debate quinzenal, seis novas medidas de carácter económico e social, numa sessão em que todos os partidos da oposição confrontaram o líder do Governo com a escalada no preço dos combustíveis.

Das medidas apresentadas pelo primeiro-ministro, destacam-se o anúncio que o Governo vai pagar a curto prazo 600 milhões de euros de dívidas a fornecedores, o congelamento dos preços para passes sociais até ao fim do ano, bem como o aumento de 25% do abono de família para o primeiro e segundo escalões (uma subida de cerca de 20 euros).

O adiantamento de fundos comunitários concedidos às empresas e um novo sistema de linhas de crédito para pequenas e médias empresas foram outras das medidas apresentadas por José Sócrates.

O líder parlamentar do PSD, Santana Lopes, foi o primeiro a interpelar Sócrates e afirmou que “o primeiro-ministro lhe veio dar razão três semanas depois” de este ter proposto “um programa de impulso para a actividade económica”.

Preços dos combustíveis

Mas o debate quinzenal com o primeiro-ministro ficou inevitavelmente marcado pela questão do aumento do preço dos combustíveis, com todos os partidos da oposição a questionarem José Sócrates. O chefe do Governo respondeu às várias interpelações de que foi alvo, afirmando que “aguarda o relatório da Autoridade da Concorrência” para depois “actuar, se houver alguma coisa para fazer”.

Foi entre Paulo Portas, líder do CDS-PP, e Sócrates que se assistiu à discussão mais acesa da tarde. O assunto foi invariavelmente o preço dos combustíveis com o primeiro-ministro a lembrar que foi “uma portaria de 2003 que ditou a liberalização dos preços”.

Paulo Portas respondeu em tom exaltado. “O primeiro-ministro quer comparar o preço dos combustíveis há três anos com o preço de hoje? Julga que somos todos tolos? E julga que somos todos parvos? Faz de todos nós pessoas destituídas? A manutenção da carga fiscal exagerada face ao que está a acontecer com o preço do gasóleo e da gasolina é da sua responsabilidade”, disparou.

O próximo debate quinzenal com o primeiro-ministro está agendado para o próximo dia 29 de Maio.