A morte de Manuel “Tirofijo” Marulanda, o líder histórico das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), foi avançada, este domingo, pelo exército colombiano e confirmada pouco depois pela guerrilha.

A mais recente baixa das FARC – possivelmente a mais pesada de sempre -, levantou novas possibilidades para a situação na Colômbia, como um reacender das actividades operacionais do grupo de esquerda para demonstrar que não ficou fragilizado ou, por outro lado, um eventual avanço no que toca a um acordo de paz.

Andrés Malamud, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, põe de lado a hipótese de futuros ataques como forma da guerrilha comprovar que as FARC não estão fragilizadas. O analista afirmou ao JPN que a guerrilha “está efectivamente fragilizada”, mas um acordo de paz é, ao mesmo tempo, “improvável”. Malamud aponta, no entanto, para uma terceira opção: a “progressiva aniquilação da guerrilha”.

“As FARC viram as suas forças reduzidas de 17 mil para cerca de seis mil guerrilheiros nos últimos anos e as deserções e traições aumentam a cada dia. O fim do conflito não é para amanhã, mas o seu impacto [do conflito] sobre a vida quotidiana dos colombianos é cada vez menor”, acrescentou.

Manuel Marulanda faleceu aos 78 anos de ataque cardíaco, segundo Timoleon Jimenez, membro do Secretariado, num vídeo divulgado pela cadeia de televisão TeleSur. Para a liderança das FARC, de acordo com a mesma fonte, segue-se Guillermo León Sáenz, mais conhecido por “Alfonso Cano”.