Os ministros do Ambiente do G8 concordaram, esta segunda-feira, em reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa para metade dentro de 42 anos.

Francisco Ferreira, da Quercus, considera que “as metas traçadas a longo prazo, no caso, cerca de 40 anos, são importantes, mas pouco eficazes”. “São necessárias metas intermédias, fundamentais para que não haja um deslize em relação às metas de longo prazo”, defendeu o ambientalista.

As medidas para reduzir os efeitos de estufa passam por “um menor uso dos combustíveis fósseis, uma maior concentração de energia e uma aposta nas energias renováveis”, explicou ao JPN o dirigente da Quercus. No caso de Portugal, Francisco Ferreira refere que, “mesmo com a alta dos preços do petróleo, os portugueses continuam a andar demasiado de carro”.

Por outro lado, também as casas em Portugal não são suficientemente eficientes. Já no que respeita à alimentação, “o facto de comermos muitos produtos importados, e uma quantidade significativa de carne, tem um elevado peso nas emissões indirectas de gases de efeito de estufa”, adiantou.

De acordo com o comunicado final da reunião do G8, que decorreu no Japão, as acções de redução das emissões de gases de estufa devem passar, para além dos países industrializados, pelos países em vias de desenvolvimento.

“Nas Nações Unidas estão a ser negociadas metas para 2020, segundo as quais os países desenvolvidos devem reduzir as suas emissões entre 25 a 40%”, disse o dirigente.

Francisco Ferreira explicou que “2020 era, de longe, a meta mais importante do ponto de vista de concretização destes objectivos, mas não se chegou a um consenso”. No entanto, o dirigente da Quercus acredita que “há uma margem muito grande que nos permite perfeitamente atingir os valores que serão desejáveis para 2050, de 60 a 80% de redução das emissões de gases de efeito de estufa”.