Esta segunda-feira assinalou-se o dia do Euromelanoma 2008. Em Portugal, associou-se a data ao dia nacional da prevenção do cancro da pele, instituído há 20 anos. Por todo o país, cerca de 30 instituições fizeram rastreios gratuitos.

Segundo João Abel Amaro, director da campanha Euromelanoma 2008 e responsável pelo serviço de dermatologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, por ano surgem cerca de dez mil novos casos de cancro da pele em Portugal. A forma mais maligna, o melanoma, representa aproximadamente 8% do total, mas é responsável por quase todas as mortes por cancro da pele, apesar de ter cura “praticamente garantida” quando diagnosticado precocemente.

João Abel Amaro recomenda uma exposição solar “de forma gradual e progressiva”, que evite as “horas de sol muito intenso”. O director da campanha aconselha o uso de protector solar e vestuário adequado, “para não sofrer escaldões”, sobretudo na infância e na adolescência, o que “aumenta o risco de anos mais tarde poder aparecer o melanoma”.

“As pessoas de pele muito clara, que têm sardas, que têm muitos sinais”, necessitam de cuidados redobrados, considera João Abel Amaro. Por um lado, os tipos de cancro de pele mais vulgares – os carcinomas – “são menos agressivos, são de crescimento mais lento e resultam da exposição crónica da pele ao sol, ao longo dos anos”, explica.

Por outro, o melanoma está habitualmente relacionado com uma “exposição brusca e intensa por períodos curtos – as chamadas férias-relâmpago” e atinge sobretudo pessoas de meio urbano, de classe média e média-alta, realça o director da campanha Euromelanoma 2008.

Futebol Clube do Porto dá o exemplo

O núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro foi uma das instituições que aderiu ao despiste gratuito de lesões cutâneas. Fernando Ribas, director do núcleo, explica que o rastreio consiste numa simples análise dos sinais.

No IPO-Porto, foi a vez de um grupo de atletas do Futebol Clube do Porto e de alguns dirigentes fazerem o rastreio. O objectivo, diz Matilde Ribeiro, coordenadora da Clínica da Pele da instituição, é “chamar à atenção” através de uma entidade com “responsabilidades sociais”.

Para Matilde Ribeiro, os tumores cutâneos têm vindo a aumentar ao longo dos anos devido às alterações climatéricas e à diminuição da camada de ozono, combinadas com a “moda” do bronzeado e a consequente exposição solar excessiva. A incidência do melanoma aumenta 6% por ano a nível mundial, realça.

Para Julho estão previstas acções de sensibilização nalgumas praias, sobretudo no Algarve, com distribuição de folhetos, t-shirts e bonés.