A partir da época balnear do próximo ano, a praia de Matosinhos vai ter mais condições de segurança para os banhistas, através de um sistema inovador de monitorização, detecção e salvamento aquático, desenvolvido pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

O projecto SEASAFE, que envolve um investimento de cerca de 350 mil euros, resulta de um protocolo entre a Câmara de Matosinhos e o Laboratório de Sistemas Autónomos do ISEP, aprovado em finais de Março.

O protótipo de investigação prevê a criação do ROAZ, um robô de monitorização marítima de superfície na vertente de salvamento aquático, capaz de detectar náufragos. Os investigadores pretendem que o barco esteja permanentemente na água, sendo activado quando câmaras detectarem situações de risco no mar.

Objectivo é socorrer banhistas mais depressa

Podendo chegar a navegar a cerca de 20 quilómetros por hora, o ROAZ vai permitir prestar socorro ao banhista mais rapidamente do que o nadador-salvador, disponibilizando-lhe uma bóia até chegar o salvamento.

“O objectivo é auxiliar o nadador-salvador e garantir que o tempo que medeia entre o alerta e a ajuda de primeiro-socorro seja diminuído”, afirmou ao JPN Eduardo Silva, do Laboratório de Sistemas Autónomos do ISEP.

Outro objectivo admitido pelos investigadores é a possibilidade de, em certas circunstâncias, o robô trazer os banhistas para terra, como, por exemplo, quando “a pessoa em dificuldades estiver inconsciente”.

Sistema deverá estar operacional em 2009

Eduardo Silva adiantou que o objectivo do programa de trabalho é tornar o sistema funcional em 2009. Garantiu ainda a realização de testes operacionais do sistema ainda durante o Verão que se avizinha. “Acreditamos que os testes vão dar-nos indicações muito positivas quanto ao resultado final”, diz.

Para além do veículo autónomo de superfície, o sistema SEASAFE inclui um sistema automático de detecção e alerta de situações de potencial perigo, a ser instalado em torres de vigia.

O nadador-salvador possuirá ainda um interface móvel para ter acesso às imagens captadas pelas torres de vigia e barco autónomo, e ser informado sobre eventuais alertas de perigo.