O relatório final sobre o carjacking [em (PDF), realizado por um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Administração Interna (MAI), expôs, esta quinta, as principais características deste tipo de crime, bem como algumas propostas “a serem executadas num prazo de 30 dias”.

Segundo o relatório, o carjacking é maioritariamente praticado por grupos de dois a quatro jovens do sexo masculino, num escalão etário dos 21 aos 30 anos e, normalmente, em locais “de
estacionamento isolados e acessos de residências ou saídas de garagem”. As horas de maior concentração de ocorrências são entre as 19h e as 7h e em 72% dos casos “o crime é cometido com recurso a uma arma, branca ou de fogo”.

As vítimas são, na maioria dos casos, indivíduos jovens do sexo masculino com viaturas topo de gama.

De acordo com o documento, os distritos mais afectados pelo crime em 2007 foram os de maior concentração demográfica e PIB per capita, “nomeadamente Lisboa, Porto, Setúbal e Braga, que juntos representam cerca de 94% do total de ocorrências”.

Medidas de “prevenção e reacção”

As principais propostas de medidas centram-se na “prevenção e reacção” através de uma “campanha de comunicação” que divulgará “conselhos úteis” de auto-protecção num “microsite” ligado ao site do MAI. O relatório propõe também a criação de banners, folhetos e spots de vídeo de divulgação em diversos portais de informação.

Adquirir equipamentos, bem como aderir a serviços complementares de protecção, como serviços de geolocalização e imobilização do automóvel, sistemas de alerta e alarme, por exemplo, através de GPS ou chamada de voz, são outros conselhos de auto-protecção propostos no relatório.

O que é o carjacking?

É o roubo violento de carros com ameaça à vida dos seus proprietários, que por vezes funciona como ponte para a prática de outros crimes, designadamente os de roubo e furto, normalmente a estabelecimentos comerciais e instituições.

Relatório propõe protocolos entre MAI e seguradoras e comerciantes

No documento é ainda sugerida a celebração de protocolos entre o MAI e as entidades representantes dos sectores dos seguros e comércio de automóvel para a criação de condições favoráveis à compra de sistemas de segurança para a viatura.

Polícia deve possuir sistema de leitura automática de matrículas

A principal medida de “reacção” é a disponibilização de um “sistema de leitura automática de matrículas” às forças de segurança, a par da utilização por parte destas, dos mecanismos de “captação e acesso a dados dos equipamentos de videovigilância e outros meios electrónicos das Estradas de Portugal, da Brisa e de outras concessionárias rodoviárias”.

O carjacking diminuiu 8% de 2005 para 2006, mas aumentou 33% de 2006 para 2007. De acordo com o relatório, no primeiro trimestre de 2008, “mantém-se a tendência de aumento deste tipo de criminalidade”.