A qualidade da água das zonas balneares piorou em 2007, segundo um estudo da Quercus, divulgado esta quinta-feira. A Associação Nacional de Conservação da Natureza revela que 22 praias foram classificadas com má qualidade, mais oito do que em 2006, num total de 508 zonas balneares existentes em Portugal no ano passado.

Para além das 22 praias com má qualidade, 11 estiveram interditas parcial ou totalmente durante a época balnear, das quais sete foram mesmo consideradas interditas. O estudo da Quercus revela ainda que existem menos praias interiores com qualidade de ouro, apesar das praias costeiras serem aquelas que mais pioraram em 2007.

Em declarações ao JPN, Sandra Oliveira, da Quercus, aponta como principal factor para a má qualidade da água, a “falta de tratamento das águas residuais que são lançadas ao mar”, acrescentando que as condições atmosféricas podem influenciar também a análise da qualidade da água.

A responsável referiu que as zonas balneares com má qualidade podem ser frequentadas na condição das “autoridades de saúde pública não interditarem essas praias”.

Praias com qualidade de ouro aumentaram

Segundo os dados da Quercus, as praias com qualidade de ouro registaram um aumento, passando de 196, em 2006, para 200, no ano passado. O galardão de qualidade de ouro é atribuído às praias que tiveram sempre uma qualidade de água boa nos últimos cinco anos.

O objectivo é “informar as pessoas quais são as praias com maior ou menor qualidade em termos de água” e, por outro lado, “sensibilizar os responsáveis pela limpeza das praias e pela qualidade da água” para “fazer um pouco de pressão para que essa situação mude”, explica Sandra Oliveira.

De acordo com o comunicado da Quercus, o concelho com maior número de praias com qualidade da água de ouro é Albufeira (17 zonas balneares), seguido de Vila Nova de Gaia (11 zonas balneares), Grândola e Vila do Bispo (9 zonas balneares).

Mais 1.300 novos nadadores-salvadores este ano

A época balnear de 2008, que abre oficialmente no próximo domingo com mais 11 praias, vai contar com o trabalho de cerca de 5.300 nadadores salvadores para vigiar as zonas balneares.

Em declaração ao JPN, Nuno Leitão, do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), refere que “o instituto desenvolveu este ano 100 cursos de nadador-salvador” dos quais “ficaram habilitados 1.300 novos nadadores-salvadores” para trabalhar nos próximos três anos.

193 praias com bandeira azul

A Associação Bandeira Azul galardoou este ano 193 praias, mais três do que no ano passado. O Algarve é a região com mais bandeiras azuis no país, num total de 48, mais uma do que na época anterior.

A somar aos nadadores-salvadores já formados em 2006 e 2007, “este ano estão disponíveis, para serem contratados pelos concessionários a nível nacional, cerca de 4.000 a 4.500 nadadores-salvadores”, diz o comandante do ISN.

Nuno Leitão diz que, contando com “algumas corporações de bombeiros, que asseguram a vigilância nas praias não concessionadas e não vigiadas por lei”, o total de nadadores-salvadores ascende aos 5.300, um “bom número” na medida em que assegura “uma maior oferta do que procura”.

O comandante adiantou ainda a implementação de “66 torres de vigilância como equipamento complementar ao posto de praia”, o que vem permitir aos nadadores-salvadores “uma vigilância mais eficaz na sua área de responsabilidade”.