Os médicos e especialistas em neurologia sublinham a necessidade do doente ter um acompanhamento médico regular e ligar para o 112 quando aparecerem os primeiros sinais de um acidente vascular cerebral (AVC). A prevenção é também essencial para prevenir um segundo AVC.

Miguel Veloso, neurologista da unidade de AVC no Hospital Eduardo dos Santos Silva, em Gaia, diz isso mesmo: “O primeiro passo é a prevenção”. Mas, para isso, os doentes devem ir ao médico de família periodicamente, controlar a tensão arterial e o colesterol, fazer exercício físico e ter uma alimentação saudável.

O passo seguinte é “reconhecer os sinais de um AVC e contactar rapidamente o 112” para que o doente chegue ao hospital o mais depressa possível em vez de “ficar em casa a ver se passa” refere o neurologista.

Quando as pessoas têm um AVC ficam muito assustadas, até porque existem consequências visíveis (na fala, no braço…). No entanto, com o passar do tempo, os doentes que já tiveram um AVC ou que estão em risco de ter e, por isso, têm que tomar muitos medicamentos, tendem a deixar de tomá-los ou a não fazê-lo com regularidade.

Elsa Azevedo, neurologista e docente da FMUP, diz que existem dois aspectos que podem contribuir para o abandono das medidas preventivas: “O desinteresse no contexto do quadro depressivo e a dificuldade financeira para comprar medicamentos”, que tem constatado.
Já para o neurologista Miguel Veloso, “as razões económicas não são as principais, porque, neste momento, os fármacos de AVC não são assim tão caros e há também os genéricos”.