Na última encontro do Executivo camarário, a 27 de Maio, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, anunciou que não vão decorrer reuniões quinzenais durante o mês de Junho, devido aos feriados de dia 10 e 24, que têm lugar à terça-feira, dia habitual dos encontros municipais. Assim ficou decidido que a próxima reunião acontecerá no dia 1 de Julho.
José Castro, deputado municipal do Bloco de Esquerda, afirma não perceber a paragem na gestão de uma autarquia como a do Porto. “Mais uma vez, a gestão da cidade não vai ter o escrutínio da assembleia nem dos cidadãos. É uma visão particular e negativa de como se gere uma cidade”, acusou José Castro, em declarações ao JPN.
Palmira Macedo, vereadora do PS, diz-se surpreendida com o anúncio feito na última reunião e considera que “esta decisão só demonstra que a actividade da Câmara Municipal do Porto não é intensa”. O JPN não conseguiu ouvir o vereador comunista Rui Sá, que já tinha mostrado publicamente ser contra a opção do Executivo.
“Rui Rio está mais preocupado com as suas ambições pessoais no partido”
José Castro acrescenta ainda que “a visão desligada e de desinteresse do presidente da Câmara do Porto advém de outro tipo de ocupações que este tem para além da gestão da cidade e que se prendem com o seu próprio projecto político pessoal”.
“O PSD está a atravessar um processo em que se estão a reajustar correntes internas e é público que Rui Rio, nos últimos tempos, tem tido um papel no novo posicionamento do partido. É em nome de um empenhamento partidário interno que a gestão da cidade vai ficar sacrificada e sem escrutínio quer dos vereadores quer da oposição e da assembleia”, lamenta José Castro.
Assuntos pendentes
O bloquista e Palmira Macedo afirmam, ainda, que muitos assuntos vão ficar pendentes e que várias questões deviam ter uma solução rápida.
José Castro, do BE, recorda assuntos de património como o mercado do Bolhão e a situação dos bairros camarários e os despejos que não vão ser discutidos. Já a socialista lembra que as empresas municipais Porto Lazer e Águas do Porto não apresentaram os relatórios trimestrais, que só poderão vir a ser expostos no próximo dia 1 de Julho.
