A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), através do Instituto de Sistemas e Robótica da instituição, concluiu um projecto que tem vindo a desenvolver nos últimos anos para a criação de um robô detector de minas anti-pessoais de plástico.

A ideia surgiu em 1999, mas a construção do robô demorou três anos, segundo Lino Marques, um dos coordenadores do projecto, que refere que “a máquina já está pronta há algum tempo”. “A notícia só surgiu agora porque uma comitiva angolana visitou-nos e mostrou-se muito interessada no robô”, explicou o investigador.

O robô denominado LADERO tem oito pernas, quatro em cada eixo, o que permite que um grupo dessas quatro esteja a mover-se enquanto o outro grupo permanece no chão. Funciona através de um conjunto de sensores (detectores metais e infra-vermelhos) e faz “uma espécie de varrimentos” para detectar minas de plástico numa certa área.

Há mais de 120 milhões de minas anti-pessoais

Estima-se que, por todo o mundo, haja cerca de 120 milhões de minas anti-pessoais em 70 países, que provocam, anualmente, a morte de 25 mil pessoas.

Este robô foi criado com o intuito de ajudar a combater esse número e Lino Marques confessa que, no início, teve “esperanças que o Governo português se interessasse”. Com o tempo foi “perdendo a esperança, mas agora a comitiva angolana parece muito interessada” no projecto da Universidade de Coimbra.

No entanto, o professor deixa bem claro que “o objectivo último da investigação robótica não é a aplicação prática das coisas”. “Se puderem ser aplicadas, excelente. Senão, se apenas contribuírem para o avanço do conhecimento noutras áreas, excelente na mesma”.

O LADERO pode também mapear áreas irregulares em solos de conflito e fazer a reconstrução tridimensional de objectos escondidos no subsolo.