Durante 21 dias, o pavilhão Rosa Mota, palco da Feira do Livro do Porto, recebeu 250 mil visitantes, enquanto em 2007 o número de visitantes foi de 300 mil. Com um total de 64 editoras presentes, as vendas também caíram, com um decréscimo de 20%.

Segundo Francisco Madruga, representante da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) na organização do evento que terminou esta terça-feira, o balanço é “algo negativo”. No entanto, existem editoras que admitem terem aumentado as suas vendas em 30%.

O responsável considera que a crise que o país atravessa reflectiu-se na feira. “Eu costumo dizer que a crise não fica no Palácio de Cristal, mas entra pelo palácio dentro”, afirmou. As incertezas iniciais sobre a realização, ou não, da Feira do Livro de Lisboa afectaram o evento do Porto, revelou o responsável. “Muitas pessoas pensavam que a feira aqui no Porto não se ia realizar”.

A polémica sobre o facto de “grandes editoras” não participarem no certame também foi um dos motivos que terá influenciado o decréscimo de visitas. Francisco Madruga considera que foi uma “fraude” ter sido dito que o grupo LeYa ou a Bertrand não participariam no evento.

Em comparação com anos anteriores “as editoras do grupo LeYa faziam um maior investimento no que toca à presença de autores, autógrafos e lançamento de livros”, referiu o responsável.

Feira do Livro na Baixa em 2009?

Para 2009, a APEL e a câmara do Porto estão a equacionar a hipótese da feira se deslocar para a Baixa do Porto. O coordenador da APEL está convencido que transferir a feira para a Baixa “vai trazer novos públicos e mais gente”.

No entanto, admite que as negociações entre a APEL e autarquia devem começar o quanto antes para convencer “os comerciantes a abrirem as lojas e restaurante mais cedo”.