Susana Santos é ovo-lacto-vegetariana há seis anos. Tinha 15 anos quando optou por mudar de alimentação. O vegetarianismo surgiu na vida desta estudante de Engenharia Ambiental por mera curiosidade.

Foi a partir daí que Susana decidiu ser vegetariana. O primeiro passo foi procurar mais informação, saber exactamente o que era, esclarecer dúvidas e começar a provar alguns alimentos. “No início quis saber mais, queria saber o que comiam os vegetarianos, como alcançavam estados de espírito tão saudáveis como dizia na revista”, revela.

Quando recolheu a informação que considerou necessária decidiu que queria experimentar esta dieta. Depois de tomada a decisão era tempo de convencer os pais a introduzirem alimentos vegetarianos na lista de compras e depois na ementa.

Era preciso convencer os pais de que a alimentação vegetariana era tão equilibrada como a alimentação omnívora. “Mostrei-lhes parte da pesquisa que tinha feito quando decidi que queria ser vegetariana e acho que eles ficaram a perceber um pouco melhor”, lembra.

Ao pequeno-almoço consome leite de soja com cereais integrais. O almoço, que nem sempre pode ser feito em casa, acaba por ser mais complicado. A solução passa por cozinhar a refeição em casa previamente e levá-la num tupperware.

Susana não come carne nem peixe, mas continua a consumir ovos e leite, muito por uma questão de falta de opção. No entanto, explica que só come ovos quando não tem outra solução. “Quando saio com os meus amigos é difícil encontrar um restaurante que tenha uma opção vegetariana”, lamenta.

A comida de plástico que antes comia semanalmente deixou de fazer parte da sua dieta. Nem mesmo as versões vegetarianas que se encontram em algumas cadeias alimentares a seduzem. “Há cinco anos aproximadamente que não como fast-food. Acho que perdi o gosto por esse tipo de comida”, salienta.

“Os animais não têm que viver para os humanos”

João Gomes tornou-se vegetariano aos 17 anos. Hoje, com 20 anos, este estudante de Design Multimédia voltou a comer peixe, mas continua a manter a carne fora das suas refeições.

O vegetarianismo surgiu na sua vida por uma questão de consciência, comer carne deixou de fazer sentido, diz. “Os animais não têm que viver para os humanos, eles têm tantos direitos como nós e estar a controlá-los desta maneira não faz sentido nenhum”.

A passagem de uma alimentação omnívora para uma vegetariana foi um processo gradual. A carne foi o alimento que mais dificuldade teve em deixar, porque como diz, “ainda hoje adoro carne, apesar de não a consumir há três anos”. Seguiu uma dieta ovo-lacto-vegetariana durante este período. “Comia ovos, leite e queijo”, afirma.

Para substituir vitaminas como a B12, inicialmente serviu-se de complementos vitamínicos. Mas, quando começou a perder peso de forma excessiva decidiu retomar o consumo de peixe, um dos alimentos que contêm essa vitamina e assim resolveu ambos os problemas, a carência vitamínica e a perda de peso.

Actualmente ainda come, embora de forma esporádica, fast-food. No entanto, João lamenta a oferta reduzida. “No estrangeiro há muita oferta vegetariana em qualquer tipo de restaurantes”, revela.

“Não sei como é o dia de amanhã, mas no presente não como carne”

Convencer a família e os amigos não foi um problema, porque todos aceitaram bem a decisão. No entanto, João Gomes sentiu uma grande dificuldade. Variar a alimentação quando fazia alguma refeição fora de casa tornou-se quase impossível. “Não existe quase escolha nenhuma, praticamente ficamos presos à escolha de uma omeleta”, diz.

Actualmente, diz que só abre uma excepção se vier a ter um problema de saúde. “Não posso dizer nunca, eu posso ficar doente, ou então as minhas ideias mudarem. Não sei como é o dia de amanhã, mas no presente não como carne”.