As buzinas dos manifestantes soaram esta terça-feira durante cerca de 15 minutos em mais de 70 locais do país. Segundo a organização, milhares de pessoas aderiram à iniciativa do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) e manifestaram-se contra o aumento do preço dos combustíveis e do custo de vida.

Carlos Braga, porta-voz do movimento, garantiu ao JPN que a adesão dos cidadãos foi muito elevada. “Aquilo que nos tem chegado como informação é que foi uma acção de conjunto participada por milhares de cidadãos”, revelou.

João Ramos, representante da Comissão Executiva da CGTP, que também aderiu à iniciativa, referiu-se ao protesto como algo meramente simbólico, cujo objectivo é convencer os governantes a mudar de política. “Tentar que os governantes oiçam, que não se fechem nos seus gabinetes e que deixem de ser tão insensíveis aos protestos de quem sofre”, sintetizou.

O sindicalista revelou ainda que o organismo sindical se associou ao protesto porque, como afirma, “há um agravamento brutal das condições de vida, desde logo acentuado pelo aumento dos combustíveis, que depois se reflecte no aumento dos bens de primeira necessidade”.

O primeiro sinal de aceitação foi ouvido de manhã na Ponte 25 de Abril, em Lisboa, com muitos automobilistas a aderirem ao chamamento do MUSP na luta contra o aumento dos combustíveis e do custo de vida e também contra as portagens na Ponte 25 de Abril e a inclusão do comboio da Fertagus e do Metro da Margem Sul no passe social intermodal. João Torres mostrou-se satisfeito com a “adesão espontânea das pessoas a este ‘buzinão’”.

Poucas dezenas na Praça da Liberdade, no Porto

Na Praça da Liberdade, um dos pontos do “buzinão” no Porto, não terão sido mais de algumas dezenas os automobilistas que se manifestaram, em apoio aos membros da CGTP que se encontravam no local a liderar o protesto.

Com o lema “Assim não se pode viver”, os manifestantes criticaram o “escandaloso” aumento do preço dos combustíveis e do custo de vida, como se podia ler nos cartazes afixados nos veículos.