Esta quarta-feira foram muitos os polícias que saíram às ruas, com o objectivo de “sensibilizar a população para as dificuldades que a polícia tem para efectuar o seu trabalho”, afirmou ao JPN Carlos Flor, dirigente do Sindicato dos Profissionais de Polícia.

O sindicalista caracteriza o estado de espírito dos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) como sendo um de desmotivação. Através de panfletos os agentes pedem um subsídio de risco, mostram-se contra o bloqueio às carreiras, reclamam a perda de regalias na saúde e rejeitam a equiparação aos funcionários públicos.

“Se somos equiparados à função pública então que nos paguem aquilo a que temos direito. Porque nós fazemos horas nocturnas, trabalhamos sábados, domingos e até no Natal”, afirma o dirigente sindical.

Para Carlos Flor os polícias não podem ter um estatuto equivalente ao dos funcionários públicos porque são “um alvo”. “Por isso, temos que ter um subsídio de risco”, afirmou ao JPN. O responsável esclarece que “os profissionais juntaram-se em locais de maior fluxo de pessoas, como estações de metro, de comboios e de barcos, praças centrais e aeroportos, para distribuírem os panfletos”.

ASPP de fora do protesto, mas de acordo com os motivos

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), apesar de não fazer parte desta acção, aponta para o “aumento da idade da reforma, a perda de regalias na saúde, as progressões nas carreiras, a ausência de um subsídio de risco e a equiparação dos profissionais da PSP à função pública” como os principais motivos de descontentamento por parte dos agentes.

“Não compreendemos porque é que a PSP foi excluída dos corpos especiais e, neste momento, somos comparados a qualquer sector da função pública quando a nossa missão é completamente diferente”, disse Paulo Rodrigues da ASPP/PSP.

Para 30 de Junho está marcado um encontro nacional com a Comissão Coordenadora Permanente das Forças e Serviços de Segurança para pedir ao Governo um esclarecimento sobre “os ataques às forças de segurança”.

Paulo Rodrigues afirma ainda que “se o Governo não alterar a postura, é evidente terão de haver outras formas de luta que vão para além das tradicionais manifestações”.