A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai receber, a partir desta quinta-feira, um encontro internacional de dois dias para discutir os resultados da implementação do Processo de Bolonha na Europa.

Incluído no programa do no âmbito do Grupo de Acompanhamento do Processo de Bolonha, o encontro, com 31 países (de um total de 46 que fazem parte do processo), é o terceiro de uma série de discussões que têm como objectivo “acompanhar a implementação” da homogeneização do ensino superior e debater “num nível mais profundo a transformação” do mesmo para um sistema “mais focado na aprendizagem do estudante”, explicou ao JPN a vice-reitora da Universidade do Porto responsável pelo pelouro da Formação e Organização Académica, Maria de Lurdes Fernandes.

O encontro vai ter como pontos fundamentais de discussão o aprofundamento do conceito de “resultados de aprendizagem” e a adaptação dos créditos ECTS (Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos), duas daquelas que são consideradas as bases do novo sistema educativo.

À procura de terminologia comum

Enquanto com os ECTS se procura uma uniformização dos currículos para que a mobilidade dos estudantes seja facilitada (quer durante o período de estudos, quer no mercado de trabalho), a questão dos resultados de aprendizagem tem gerado uma maior confusão, no sentido de haver várias interpretações do termo.

“Há uma grande necessidade de que haja uma terminologia comum, baseada num entendimento comum entre pessoal, estudantes e outros elementos acerca do que os conceitos-chave significam”, indicava a declaração final do encontro anterior, realizado em Abril deste ano, em Moscovo.

“Neste momento já não há muitas divergências” no que toca aos resultados de aprendizagem, afirma Maria de Lurdes Fernandes, que define o conceito como sendo aquilo que o estudante sabe e é capaz de fazer aquando do fim dos estudos, numa perspectiva que incide mais sobre as capacidades dos alunos.

Portugal a passar para a discussão dos conceitos

Maria de Lurdes Fernandes explica, porém, que, depois da adequação dos graus de ensino a Bolonha, chegou-se agora ao ponto mais difícil da transformação do sistema de ensino superior. “São as mudanças mais difíceis porque mexem com culturas instituídas, com hábitos de professores e de estudantes”, refere.

A vice-reitora da UP considera que Portugal está agora a passar para este nível de discussão, uma vez que “durante o ano que passou era muito difícil” avançar com este processo, devido às alterações de cariz legal que ainda estavam a ser implementadas.