PS não descarta hipótese

Em declarações recentes ao JPN, o presidente da concelhia do PS-Porto, Orlando Gaspar, disse acreditar que a coligação pode ser possível, mas lembrou que “tudo depende da estratégia definida pelo partido, mas também do que o PS prevê para o Porto”, bem como da opinião do candidato socialista, “depois de estudar a situação”.

João Semedo, deputado do Bloco de Esquerda (BE) na Assembleia da República, esclareceu ao JPN que não irá haver nenhuma coligação com as forças de esquerda para as eleições autárquicas de 2009 para a Câmara do Porto. O motivo pelo qual o deputado afirma não ser possível essa coligação, proposta pelo dirigente do Bloco João Teixeira Lopes, é o facto de tanto o PS como o PCP já terem mostrado que não estão interessados.

Na Mesa Nacional do BE do passado sábado, os bloquistas discutiram a política autárquica do partido, procurando identificar os pontos principais da sua estratégia política para as autárquicas do próximo ano, não tendo particularizado o Porto.

“Foi uma discussão global, genérica, sobre estratégia política. É uma discussão que decorre no Bloco, procurando identificar os pontos principais que devemos introduzir no debate preparatório da nossa convenção do início do próximo ano. Foi uma reunião de estratégia global que não particularizou nenhuma eleição concreta”, diz o deputado.

Desta reunião resultaram três principais pontos da estratégia do BE para as eleições autárquicas. “O primeiro é que privilegiamos candidaturas próprias; o segundo é a possibilidade de colaboração com candidaturas de cidadãos eleitores, desde que credíveis; e, por último, a preparação das eleições em diálogo próximo com os movimentos de cidadãos, movimentos sociais, independentes, ou organizações que intervenham nas questões do urbanismo”, afirma.

O deputado do BE esclareceu que na reunião ficou decidido que o BE não se vai aliar a nenhum partido, em nenhuma cidade do país, e o Porto não é excepção. “Não há nenhuma razão para considerar que o Porto justifica uma estratégia diferente da estratégia nacional que o Bloco tem para as eleições autárquicas”, vinca.

Política “não se faz de cenários”

João Semedo afirma que “não é visível da parte do PS ou do PCP interesse em coligações políticas”, embora considere que “se fosse outra a posição dos protagonistas seguramente que o BE teria que lhes responder”. Acrescenta que “a política não se faz de cenários, faz-se de realidades, e essas realidades são determinadas pelos protagonistas políticos”, que neste caso não estão interessados na coligação.

“Por muito desejáveis que as coisas pudessem ser, não é essa a situação que temos à nossa frente, e não vale a pena especular sobre isso”, refere. “Não se pode imaginar que um partido que governa o país e que tem no BE uma força determinada de oposição, venha agora, sem rever a sua política, a estar de acordo e interessado em acordos políticos e convergências com forças da oposição”.