O Salão Nobre do Governo Civil do Porto foi palco, esta quinta-feira, da assinatura dos primeiros contratos referentes ao Plano Operacional de Respostas Integradas (PORI) do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), que representam um investimento de 1,8 milhões de euros. O objectivo é garantir a prevenção primária da toxicodependência. Ao todo, mais de dez associações e instituições de solidariedade social do Grande Porto assinaram os contratos.

Durante o evento, que decorreu no dia internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que, em Portugal, há uma “luta política” que não devia existir, sobre temas como droga e a toxicodependência, por considerar uma área “muito complexa”.

Para o representante governamental, o “humanismo e o pragmatismo” devem ser os princípios que o Estado e as instituições de solidariedade social devem adoptar na luta contra a propagação da droga e da toxicodependência. “Humanismo porque nós devemos encarar o toxicodependente como um doente e não como um criminoso”, disse.

Apesar de estudos recentes, mencionados pelo presidente do IDT João Goulão, concluírem que o consumo de drogas em Portugal diminuiu, Manuel Pizarro chamou a atenção para a situação de “abandono” em que se encontram muitos bairros de Lordelo do Ouro, nomeadamente o do Aleixo. O secretário de Estado considera, assim, importante o esforço entre o Estado, o Ministério da Saúde, o IDT e as autarquias locais.

Salas de injecção assistida não são a única solução

Para dar resposta à diminuição do consumo de substância psicotrópicas, nas zonas do Porto onde o PORI vai ser aplicado, o secretário de Estado da Saúde considera que as “salas de chuto” “não são a única solução”.

Além das salas de consumo assistido, a prevenção, segundo o governante, passa pela diminuição de doenças infecto-contagiosas e pela “aproximação da população toxicodependente ao sistema de saúde, às equipas de rua e aos psicólogos”.

“É preciso perceber que alguns dos toxicodependentes não vão pelo pé deles pedir ajuda”, afirmou Manuel Pizarro, que defende uma intervenção “persistente e uma atitude de tenacidade e de humildade” para aumentar os mecanismos de apoio social.