Vai-se realizar no próximo sábado a terceira Marcha do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) no Porto, sob o mote da educação, com o objectivo de dar mais “visibilidade às causas LGBT e às pessoas LGBT”, segundo Paula Antunes do Caleidoscópio LGBT, uma das organizadoras.

A marcha vai começar pelas 15h na Praça da República, seguindo por Gonçalo Cristovão até Santa Catarina. “Esperemos que esteja muita gente a fazer compras e muitos turistas”, afirmou Diogo do colectivo SEQSO (Somos Estudantes e Queremos uma Sexualidade sem Opressão). Os participantes vão então dirigir-se pela rua Passos Manuel até à Praça D. João I, de onde caminharão até à Avenida dos Aliados para terminar a marcha em frente da Câmara do Porto.

“Continua a ser pertinente lutar por estas causas especialmente no Norte do país, uma zona um pouco mais fechada e conservadora. É extremamente pertinente que continuem a haver estas iniciativas”, explica Paula Antunes. Por seu lado, João Paulo, do Portugalgay.pt, esclareceu que a educação, enquanto tema deste ano, “é fundamental para se ter uma sociedade estável, plural e respeitadora”.

Em conferência de imprensa, esta quarta-feira, os representantes da organização afirmaram que pretendem chamar a atenção para várias questões da actualidade ligadas à situação da comunidade LGBT, em particular o casamento civil (com os direitos à adopção que daí advirão) e o reconhecimento legal das pessoas transgénero. No manifesto, a organização apela, também, a que seja estabelecida uma lei de identidade de género e o fim da discriminação nas doações de sangue.

Fátima Lopes e José Luís Peixoto apoiam marcha

A Marcha do Orgulho no Porto vai contar com vários “padrinhos” e “madrinhas”, diversas figuras públicas que foram convidadas a apoiar o evento. Na lista de nomes incluem-se os da antiga professora universitária Regina Guimarães, da jornalista Fernanda Câncio, da professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto Ana Luísa Amaral, da estilista Fátima Lopes, do escritor José Luís Peixoto e da banda Clã.

“Esta é uma causa que me é muito querida”, afirmou Regina Guimarães durante a conferência de imprensa. “A educação deve ser para a liberdade. As pessoas que lutam por esta causa têm uma consciência acrescida de muitas coisas e acredito que podem ser excelentes educadores”, disse, referindo-se às adopção por casais que não sejam heterossexuais.

“A marcha LGBT não é só para as pessoas LGBT”, salienta João Paulo. “É como diz aquele banda rap ‘quando estamos a lutar pelos outros, estamos a lutar por nós’”.