As privatizações foram o alvo forte das críticas do Bloco de Esquerda (BE) no balanço das actividades parlamentares que decorreu esta segunda-feira, no Porto. O deputado bloquista João Semedo criticou a privatização da ANA – Aeroportos de Portugal e o “movimento em que grandes grupos económicos e financeiros da região do Porto se posicionam como verdadeiras aves de rapina para tomar de assalto o Aeroporto Sá Carneiro”.

João Semedo acusou mesmo o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio de ser “o porta-voz da voragem dos privados”. O deputado do BE defende uma gestão pública e partilhada do aeroporto, que classifica de “lucrativo” e “rentável”. “Não há nenhuma razão para que uma empresa que pode financiar as receitas do Estado passe a financiar as receitas já bastante chorudas dos grupos económicos e financeiros da região do Porto”, argumentou.

Governo tem “a última palavra” sobre o Mercado do Bolhão

O deputado bloquista relembrou ainda que o BE “apresentou um projecto de resolução na Assembleia da República (AR) que visa contrariar, dificultar e impedir a manobra do presidente Rui Rio de destruição e descaracterização do Mercado do Bolhão”.

João Semedo atribui ao Governo de José Sócrates a responsabilidade pelo futuro do mercado, por ser “quem tem a última palavra através do instituto que regula e defende o património arquitectónico”.

“Lentidão” dos cuidados de saúde

O campo da saúde foi outro dos pontos abordados pelo médico e bloquista João Semedo, que voltou a chamar a atenção para a “lentidão dos cuidados primários de saúde”, nomeadamente no que diz respeito às listas de espera e à falta de médicos de família.

Mais uma vez, João Semedo destacou o “desequilíbrio entre o investimento público e privado”. De acordo com João Semedo, nos concelhos da Maia, Gondomar, Trofa e Valongo “existem ou estão em construção” cinco hospitais privados. Em contrapartida, o meio milhão de habitantes desta região dispõe apenas de “um pequeno hospital público, que é o de Valongo”.