A possível aposta nas esplanadas

O projecto base elogia os passeios da Praça da Liberdade e refere que se deve reforçar a aposta nestes. “Tratam-se, de facto, de locais muito movimentados por peões, onde há oportunidade de explorar extensas esplanadas para hotelaria e similares”. O documento menciona a possibilidade de passar do piso térreo para andares superiores estabelecimentos que não “tiram partido das potencialidades oferecidas pelo espaço público”.

A Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) estima que a reabilitação do Quarteirão do Imperial (delimitado pelas ruas Sampaio Bruno, Sá da Bandeira e pela Praça da Liberdade) venha a custar 6,113 milhões de euros e prevê que esteja totalmente pronta em 2011.

Estes dados foram disponibilizados ao público na passada quinta-feira, quando a Porto Vivo SRU colocou em discussão pública o projecto base de documento estratégico (em PDF) para aquela zona da Baixa da cidade. Segundo o documento, “o carácter consolidado do quarteirão leva à adopção de uma proposta que não incluirá projectos de transformação profunda da estrutura e volumetria dos edifícios, admitindo, no entanto, intervenções no interior do quarteirão para introdução de sistemas de parqueamento ao nível das caves”.

60% dos fogos do quarteirão estão devolutos

De acordo com a Porto Vivo “os únicos edifícios do quarteirão que desempenham cabalmente as suas funções serão a Igreja dos Congregados, o Hotel Peninsular e a Caixa Geral de Depósitos“. Destaca-se, também, que apenas uma das 15 parcelas é habitada, “sendo os restantes edifícios dominados por um perfil misto de comércio e serviços”. Para além disso, o documento indica que 60% dos fogos do quarteirão estarão devolutos.

Introdução de habitação de alto nível nos pisos superiores

O objectivo será, tendo em conta a elevada degradação dos pisos superiores dos edifícios da zona, “introduzir novas funções que induzam a sua ocupação e permitam rentabilizar o investimento necessário à sua reabilitação. Pelo que, como regra geral, no andares superiores dever-se-ão introduzir as alterações necessárias para a criação de habitações, com vista a alojar no quarteirão uma população própria permanente”.

A Porto Vivo encara, desta forma, os dois últimos andares dos prédios em causa como tendo um importante potencial de “transformação em habitações de standard elevado, eventualmente com boas áreas e com acabamentos de nível superior”.

Esta aposta na habitação surge como meio de revitalização da Baixa, mas tem, também, como objectivo, impedir a futura degradação dos espaços. “Para a Baixa, ao contrário do Bairro da Sé ou de outras zonas do Centro Histórico, tem sido geralmente admitido que o problema reside, essencialmente, na desocupação, mais do que na degradação. Aqui, elas andam de mãos dadas, e apenas a solidez exterior dos prédios ou a pintura das suas fachadas permite mascarar a realidade”.

“Rico património da Igreja dos Congregados”

Outro dos elementos com potencial de desenvolvimento para atracção de visitas é o “rico património da Igreja dos Congregados” que possui um “valioso espólio museológico que poderá, em conjunto com o monumento” reforçar a oferta cultural da zona.

Segundo o plano do projecto base de documento estratégico, há seis parcelas que vão requerer “intervenções profundas” e que só deverão ver a sua reabilitação finalizada no primeiro trimestre de 2011. Por outro lado, estima-se que todos os restantes prédios estejam prontos no terceiro trimestre do próximo ano.