O presidente russo Dmitri Medvedev afirmou, esta terça-feira, que foi posto um ponto final nas operações militares contra a Geórgia e que a segurança dos soldados russos da missão de manutenção de paz e dos civis na Ossétia do Sul “tinha sido restaurada”.

Citado pela Associated Press, o presidente russo salientou que “o agressor foi punido e sofreu perdas muito significativas”. Por outro lado, segundo a BBC, momentos antes do anúncio televisivo de Medvedev, a cidade de Gori, no centro da Geórgia, continuava a ser alvo de bombardeamentos. Depois de na segunda-feira ter sido aberta uma segunda frente de batalha pelo lado da Abkházia, as tropas russas chegaram a aproximar-se da capital georgiana, Tbilissi, tendo chegado a pensar-se que a iriam tomar por completo.

Esta manhã surgiram, também, declarações do ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, que confirmavam o que o governante já teria dito no domingo. Lavrov disse, citado pela AP, que “seria melhor” que o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, abandonasse o cargo e sublinhou que Moscovo se recusaria a dialogar com o líder georgiano.

Estas declarações de responsáveis russos podem complicar a estadia do presidente francês, Nicolas Sarkozy, em Moscovo e Tbilissi, onde vai tentar negociar um acordo entre a Rússia e a Geórgia.

O presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou na segunda-feira que “parece que está a ser levado a cabo um esforço para depor o governo, democraticamente eleito, da Geórgia”. “A Rússia invadiu um Estado soberano vizinho e ameaça um governo democraticamente eleito pelo seu povo. Tal acção é inaceitável no século XXI”.

“As acções russas desta semana levantaram sérias questões acerca das suas intenções na Geórgia e na região. Estas acção danificaram substancialmente a posição da Rússia no mundo. E estas acção ameaçam as relações da Rússia com os EUA e com a Europa”, referiu Bush. “É hora da Rússia ser leal à sua palavra e agir para pôr fim a esta crise”.