A partir do próximo Outono, o património cultural de todos os países da União Europeia (UE) vai poder ser consultado em qualquer lugar que tenha uma ligação de acesso à Internet. Isto graças à criação da Biblioteca Digital Europeia – a Europeana.

Para além de facilitar o acesso a livros, música, pintura, fotografia e cinema de bibliotecas, arquivos e museus dos países da UE, a Europeana vem reunir colecções até agora dispersas. Em comunicado, a comissária da UE responsável pela Sociedade da Informação e Média, Viviane Reding afirmou que “a Biblioteca Digital Europeia será uma forma rápida e fácil de aceder a livros e à arte da Europa, quer no país de origem quer no estrangeiro”.

O custo da digitalização de cinco milhões de livros das bibliotecas europeias, excluindo manuscritos e pinturas, está estimado em, aproximadamente, 225 milhões de euros. Entre 2009 e 2010, o programa de investigação da UE vai contribuir com 69 milhões de euros e o programa de competitividade e inovação com 50 milhões.

Para que o projecto seja levado a bom termo vai ser necessário um grande investimento por parte das instituições nacionais. Viviane Reding explica que “muito embora os estados-membros tenham dado grandes passos no sentido de tornar a cultura acessível através da Internet, são necessários mais investimentos públicos e privados para acelerar a digitalização.”

Por agora, apenas 1% dos livros das bibliotecas europeias, que contam com 2,5 mil milhões de volumes, está digitalizado. E do material digitalizado muito não se encontra disponível online, como acontece em aproximadamente 75% dos museus alemães. A Comissão Europeia pediu aos estados-membros que disponibilizassem essas obras e já se comprometeu a ajudá-los nessa tarefa.

Alguns países têm vindo a fazer esforços consideráveis no sentido de acelerar a digitalização das obras contidas nos seus espólios. Na Finlândia, na Eslováquia e na Lituânia, os fundos estruturais europeus financiaram o processo de digitalização.

Em Portugal, apesar de um ritmo mais lento, também começam a ser dados os primeiros passos neste campo. A Biblioteca Nacional (BN), por exemplo, já criou a Biblioteca Nacional Digital. Livros, manuscritos, mapas e gravuras digitalizados podem ser consultados online ou numa sala multimédia nas próprias instalações da BN.