Reabilitação concluída até 2013

A reabilitação do centro histórico de Gaia (que tem como objectivo atrair à zona ribeirinha 6.400 habitantes, como anunciou a autarquia na apresentação do Masterplan, o estudo de enquadramento estratégico do projecto, em 2006) deverá estar concluída no próximo mandato, prevê o vice-presidente. Vai custar 800 milhões de euros, dos quais 600 milhões serão suportados por privados.

A Câmara de Gaia quer construir uma via panorâmica sobre o rio Douro, aberta ao trânsito automóvel, que ligue a Ponte D. Luís I e o Areinho de Oliveira do Douro. A autarquia planeia também a reabilitação da zona do Areinho e de Quebrantões para instalar aí o “grande centro de recepção de embarcações que fazem o percurso turístico do Douro”, anunciou esta sexta-feira o vice-presidente da câmara, Marco António Costa. O projecto vai candidatar-se a fundos comunitários e pretende ainda atrair investidores privados.

Na linha deste esforço de alargamento de intervenção turística, Marco António Costa apelou ao Governo e à Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) para que transfira para a gestão da autarquia os “espaços que não são utilizados como espaços portuários”. “Estamos a falar da quase totalidade da costa que está entregue à APLD que hoje não tem utilidade. Tal como aconteceu em Lisboa, devia ser entregue ao município”.

Um cluster criativo junto ao Douro

A autarquia assinou esta sexta-feira contratos de intervenções no centro histórico de Gaia com quatro arquitectos: Nuno Sampaio (Castelo de Gaia), Pedro Balonas (rua Guilherme Gomes Fernandes), Ilídio Ramos (rua Cândido dos Reis) e Capinha Lopes (Calçada da Serra).

No próximo Verão já deverá haver projectos para as quatro áreas, após um trabalho de auscultação dos agentes locais e das populações. Marco António estima que as quatro intervenções custarão 300 milhões de euros, dos quais 200 milhões serão financiadas por privados.

Na zona do Castelo será potenciada a habitação e deverão ser construídos um hotel e um restaurante de alta qualidade. Está ainda prevista a criação de estacionamento nas proximidades.

Já Pedro Balonas imagina para a rua Guilherme Gomes Fernandes um pequeno cluster de indústrias criativas como o cinema e teatro, mas que também estimule o artesanato – desta forma, o arquitecto crê que haverá mais jovens a querer viver no centro histórico.

A instalação de equipamento desportivo e de ensino é uma das estratégias aventadas por Ilídio Ramos para melhorar a qualidade de vida no quarteirão da rua Cândido dos Reis.

Capinha Lopes vai ainda fazer um “levantamento criterioso” das potencialidades da Calçada da Serra, mas adianta que este é um “território habitacional com enormes problemas para resolver”.