A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) foi o palco de uma reflexão acerca do percurso da cidade e da universidade e da relação entre ambas.

Jovens dão “vida à cidade”

A dinâmica nocturna da Rua Galeria de Paris, junto aos Clérigos, é um exemplo de como atrair os jovens à Baixa “dá vida à cidade”. O futuro Pólo Zero, uma área multi-serviços que funcionará 24 horas por dia, também será na Baixa, na Praça de Lisboa, e o Palácio das Artes vai ficar sediado atrás do Mercado Ferreira Borges, lembrou Vladimiro Feliz.

O arquitecto e professor da FAUP José Manuel Soares disse concordar “com a filosofia da UP em querer manter os alunos na cidade”. Acrescenta que o Instituto de Ciências Abel Salazar e a Faculdade de Farmácia são as únicas faculdades cujo acesso é maioritariamente assegurado por transportes colectivos, dada a sua localização estratégica.

Sendo o Porto a “casa” da maior universidade (a UP) e do maior politécnico do país (o Instituto Politécnico do Porto), o vereador da Educação da Câmara do Porto, Vladimiro Feliz, considera que as instituições de ensino devem “sustentar as decisões na cidade”.

Assiste-se a uma ascensão do “eixo Aveiro-Porto-Minho” no contexto nacional, acrescentou. No Porto, destacou o elevado potencial do pólo da Asprela e referiu que o desafio é criar uma rede de serviços e fluxos transversais de forma a aumentar a partilha deste com os outros pólos.

Um projecto feito por alunos

O debate inaugurou o Inner City, projecto que assenta num estudo abrangente da cultura urbana, nos eventos culturais no Porto em vários domínios, explica Ricardo Fernandes, membro da organização.

Promover e entender a difusão cultural é o objectivo desta iniciativa orientada por alunos e supervisionada por docentes. A primeira fase vai até Dezembro e engloba uma série de debates, tertúlias e conferências. Na segunda, até ao próximo Verão, vai abrir um concurso de design e perspectivam-se a criação de centros de apoio aos eventos culturais.

Está também previsto “uma espécie de festival” nos espaços públicos de forma a “abrir a cidade” a toda a gente.