O escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio, com 68 anos, venceu o Prémio Nobel da Literatura 2008, anunciou, esta quinta-feira, o Comité Nobel. O Comité destaca a “aventura poética” e o “êxtase sensual” de Le Clézio, nascido em 1940.

Nasceu em Nice, a 13 de Abril de 1940. Aos oito anos mudou-se com a família para a Nigéria, onde o seu pai exerceu medicina durante a II Guerra Mundial. Foi lá que começou a carreira literária, com dois livros: “Un long voyage” e “Oradir noir”. Voltaria a Nice em 1950.

Tem um percurso extra-literatura curioso: estudou inglês na Universidade de Bristol, fez uma tese de doutoramento sobre o início da história do México e foi professor em várias universidades mundiais.

Foi com o seu primeiro romance, “Le procès-verbal”, escrito em 1963, que começou a despertar as atenções. Nos primeiros romances, Le Clézio abordava “os problemas e o medo que reinavam nas principais cidades ocidentais”, refere o Comité Nobel. Foi, porém, em 1980, com o romance “Désert”, que se afirmou em definitivo, ao vencer um prémio da Academia Francesa.

“Désert” contém “imagens magníficas de uma cultura perdida no deserto da África do Norte, que contrastam como uma descrição da Europa pelos olhos de imigrantes não desejados”, refere o Comité Nobel.

O organismo nota ainda que Le Clézio foi, desde cedo, um “autor ecologicamente empenhado”, algo visível em romanes como “Terra amata” (1967) e “La guerra” (1970).