Segundo sondagens da The Economist/YouGov, Barack Obama, o vencedor das eleições nos Estados Unidos, foi ganhando popularidade à medida que a campanha avançava, enquanto McCain foi perdendo.

O especialista nas eleições presidenciais norte-americanas Carlos Santos enumerou, terça-feira, ao JPN quando já se previa que Obama venceria as eleições, os factores determinantes para a queda da popularidade de McCain entre o eleitorado americano.

O professor da Universidade Católica considera que a crise económica que os EUA atravessam afectou muito o Partido Republicano, por ser o que está no poder. Dados da BBC confirmam a tese: seis em cada 10 eleitores admitem ter sido a crise o factor mais importante na decisão de voto.

Tarefa de McCain “completamente impossível”

Segundo Carlos Santos, a popularidade de Bush é mais baixa do que a de Nixon depois do escândalo de Watergate. “Ninguém teria feito melhor [do que McCain”, diz o especialista. A tarefa do candidato republicano “era completamente impossível”.

Também a candidata a vice-presidente, Sarah Palin, acabou por contribuir para a derrocada de McCain, diz Carlos Santos. Palin começou como um trunfo, mas as sondagens mostram que a situação se inverteu, nota.

O “carisma dos grandes líderes”

Obama acabou por beneficiar das circunstâncias negativas em que se encontrava o candidato republicano. Mas Carlos Santos acha que a popularidade do democrata foi aumentando por causa da sua “capacidade de motivar as pessoas”.

“Obama tem o carisma dos grandes líderes”, afirma. “O fenómeno mais parecido com isto em Portugal foi o Scolari com as bandeiras da selecção”.

Elogia, ainda, a estratégia eleitoral de Obama e a sua “ousadia ao desafiar” estados tradicionalmente republicanos, como a Virgínia ou o Colorado.