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''Christopher Wool: Porto-Köln'' em Serralves“Christopher Wool: Porto-Köln” em Serralves

“Christopher Wool: Porto-Köln” está a partir desta sexta-feira em exibição no Museu de Serralves, no Porto. A exposição é a primeira em Portugal inteiramente dedicada ao pintor norte-americano e conta com a colaboração do Museu Ludwig de Colónia.

Ao todo são 35 as obras de Christopher Wool em exposição: 20 produzidas entre 2006 e 2008 e 15 mais antigas.

Depois de ter sido incluído na exposição “Anos 80: Uma Topologia“, realizada em Serralves em 2006, o trabalho de Christopher Wool ocupa agora três patamares do museu, numa sequência que pretende fazer contrastar as obras mais antigas com as mais recentes.

Ulrich Loock, comissário da exposição em conjunto com Julia Friedrich, enfatiza a “auto-provocação” que os quadros mais recentes de Wool expressam: “provavelmente, o mais provocativo do seu trabalho, no sentido em que não é legível”. Segundo o comissário, as novas obras de Wool “tornam mais difícil a adesão do público”, mas são “mais estimulantes”.

Para o director do Museu de Serralves, João Fernandes, a exposição visa “proporcionar ao público a oportunidade única de se confrontar com uma obra particularmente rica e exigente”.

“Negar, negar e negar”

Christopher Wool nasceu em Chicago, em 1955. Os anos 80 ficam marcados pelas primeiras exposições em Nova-Iorque.

Ulrich Loock relembra as obras mais conhecidas do pintor, “grandes painéis brancos , preenchidos com letras que formam palavras, ou algumas palavras que formam um pequeno texto”, como “Sell the house, sell the car, sell the kids” (“Vende a casa, vende o carro, vende os filhos”), citação do filme “Apocalipse Now”, de Francis Ford Coppola.

Para o comissário, os novos quadros de Wool, apesar de não apresentarem frases de grande impacto, “não são abstractos”. “Diria que lhes falta a dimensão espiritual, que é imprescindível para a pintura abstracta”, realça.

Os quadros em exposição em Serralves foram “feitos e desfeitos várias vezes”, num processo criativo de “negar, negar e negar para, no fim, criar um estado de vácuo, de ausência de significado”, explica Loock.