A deputada no Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo, e o vereador da Câmara do Porto, Rui Sá, ambos do PCP, estiveram esta sexta-feira no Mercado do Bolhão, no Porto, para apresentar uma alternativa à reabilitação do edifício e de outros espaços da cidade.

O plano de relançamento da economia europeia, que será votado na próxima reunião do Conselho Europeu (dias 11 e 12 de Dezembro, em Bruxelas), pode ser uma solução, apontam os comunistas.

“Consideramos que estão criadas todas as condições para que haja um reforço de pedido de verbas públicas para investimento imediato nesta região”, salientou a eurodeputada. Cabe à Câmara do Porto apresentar a sua proposta ao Conselho Europeu e “é fundamental que apresente”, disse.

Está previsto um reforço de verbas para relançar a economia europeia e Ilda Figueiredo espera que “do que vier para o país, se utilize uma parte para, de imediato, reabilitar o Bolhão”.

“Rio só sabe privatizar, privatizar, privatizar”

“Estamos em Dezembro e ainda não foi apresentada nenhuma alternativa e, de uma forma que nós consideramos enganosa, a CMP no seu orçamento para 2009, inscreveu uma verba de um milhão de euros para o mercado do Bolhão. Mas o próprio presidente da câmara, quando confrontado por mim com essa questão, disse que a verba estava lá inscrita, mas que não sabia se a ia gastar. Diz que anda a pensar numa solução para o mercado para avançar com o processo. Ficou demonstrado que não há nenhuma proposta“, criticou Rui Sá.

“Infelizmente o doutor Rui Rio apostou num só cavalo [a concessão a privados]”, acusou o vereador. “Depois de ter sido enganado pelo grupo TCN, a verdade é que não tem nenhum plano B, ao contrário do que disse. Há outras soluções com dinheiros públicos que permitiriam reabilitar o mercado do Bolhão sem o descaracterizar”. “A única aposta que Rui Rio sabe fazer é privatizar, privatizar, privatizar”, rematou.

Segundo Ilda Figueiredo, a urgência da situação deve-se também ao facto de a zona Norte ser uma das piores a nível sócio-económico, o que se reflecte no comércio tradicional.

Rui Sá diz que se não houver mais queixas e houver “criatividade e boa vontade política”, a situação pode compor-se. “[A TCN] Foi uma aposta errada e temos é de sair dela, aproveitando as janelas de oportunidade que se vão criando”, disse.