O jantar de angariação de fundos em favor do Boavista, promovido pela Associação Comercial do Porto (ACP), juntou à mesa cerca de 375 pessoas e permitiu angariar cerca de 25 mil euros.

O evento decorreu quinta-feira e foi apadrinhado pelo presidente da ACP, Rui Moreira, e pelo presidente dos “axadrezados”, Álvaro Braga Júnior. Contou ainda com a presença de personalidades como João Vieira Pinto, Valentim Loureiro, António Lobo Xavier ou Lourenço Pinto, presidente da Associação de Futebol do Porto.

O jantar, com o lema “A Cidade com o Boavista”, teve como principal objectivo unir esforços em prol da sobrevivência do clube do Bessa. Para Álvaro Braga Júnior, este tipo de iniciativas são “um gesto de cidadania”, reforçando a “gratidão” dos adeptos boavisteiros pela organização da ACP.

“É um gesto que, mais do que a parte financeira, tem um simbolismo extremamente importante para o clube”, afirmou.

Lançou também um repto à cidade do Porto para que se interesse mais pelo emblema centenário: “É bom que a cidade se sinta abanada e que perceba os problemas de uma instituição com 105 anos de existência e que também é sua”.

Já Rui Moreira, satisfeito pela “excelente” adesão ao evento, defendeu ser imperativo “não perder mais marcas e afectos” da cidade. Questionado sobre se é ainda possível salvar o clube, respondeu: “Isto não é um terramoto. É possível resolver-se este tipo de situações, mas é preciso boa vontade, ânimo, ter gente capaz à frente dos projectos, como é o caso do Boavista. Nesses casos, são projectos que vale a pena apoiar”.

“Tudo isto é muito pouco”

O Boavista, “afinal, ainda não morreu”, lembrou Moreira, para quem “ainda há uma réstia de esperança”.

Valentim Loureiro, ex-presidente do clube, considerou o gesto para com a actual situação do Boavista “simpático” por parte da ACP, mas admite que “tudo isto é muito pouco para aquilo que o Boavista precisa”.

Ainda assim, apontou o dedo a algumas instituições da cidade que, não querendo nomear directamente, têm, na sua opinião, “mais responsabilidades para já ter tomado decisões” face ao difícil momento do Boavista. Instado a esclarecer se essas acusações visavam a Câmara do Porto, Valentim Loureiro optou por não concretizar.

A noite terminou com um leilão em que foram licitados alguns artigos desportivos da propriedade do Boavista, como camisolas, uma bicicleta e peças artísticas, para além de duas camisolas autografadas por Deco, jogador do Chelsea, e o avançado brasileiro Ronaldo.