A convergência nos meios de comunicação no contexto actual da Internet é já uma realidade em quase todo o mundo, mas os resultados da integração não são, para já, visíveis. A opinião foi expressa por Rámon Salaverría, jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, esta quinta-feira, no primeiro dia do I Congresso Internacional de Ciberjornalismo.

Cobertura online

O congresso está a ser acompanhado em tempo real no Twitter e num blogue.

Na apresentação “Uno para todos y todos para uno? Los medios de comunicación ante la convergencia digital”, Rámon Salaverría disse que convergência é “um fenómeno tendencial, um processo dinâmico”, enquanto “a integração é um dos seus eventuais resultados”.
“Não há uma convergência empresarial, mas parece que ela tem que existir junto dos jornalistas”, criticou.

Segundo o investigador, a Internet surge como um meio capaz de integrar a imprensa, a rádio e a televisão. Esta inevitabilidade não passa pela “morte do papel”. “A imprensa, como media, não vai desaparecer”, mas vai perder a sua hegemonia, previu.

Para Salaverría, o importante não é o suporte, mas sim aproveitar todas as possibilidades do meio. “O jornalista é aquele que se dedica a informar e não aquele que escreve em jornais”, disse, que sublinha também a tendência de produção de texto, imagem, infografia e vídeo por uma mesma redacção.

Salários rondam os 1000 euros

No congresso, o professor do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto Hélder Bastos apresentou o estudo “Ciberjornalistas em Portugal“, onde traça o perfil dos jornalistas online.

Entre os pontos abordados, salientam-se a média de salários superior a 1000 euros por mês e a predominância de licenciados da área da comunicação.

O congresso termina esta sexta-feira, com oradores como Mark Deuze e a entrega dos Prémios de Ciberjornalismo.