A expressão “jornalismo do cidadão” adoptada pela maioria dos órgãos de comunicação social “é ridícula”, defende João Canavilhas, professor da Universidade da Beira Interior e jornalista. O investigador prefere chamar-lhe “participações do cidadão” e não vê diferenças entre elas e as tradicionais cartas dos leitores para que se justifique o rótulo “jornalismo do cidadão”.

Cobertura online

O congresso está a ser acompanhado em tempo real no Twitter e num blogue.

No final do primeiro dia do I Congresso Internacional de Ciberjornalismo, Canavilhas defendeu a necessidade de uma nova linguagem e uma adaptação a este novo meio que é a Internet. A grande maioria dos vídeos que são publicados nos jornais online não seguem “a linguagem online, são apenas a adaptação das outras linguagens a esta”.

Segundo o autor, as características da Internet trazem consequências para o jornalismo, mas também para o jornalista. Se, por um lado, os media online têm de responder à ânsia de informação por parte dos leitores, que “querem saber cada vez mais sobre os mais variados temas”, vão existir jornalistas a trabalhar para várias plataformas e com várias tarefas ao mesmo tempo.

Estas novas actividades do jornalista vão conduzir também a uma maior autonomia do profissional da comunicação. Surgem novas linguagens informáticas e diversos percursos de leitura.

Na opinião de Canavilhas, “os jovens lêem cada vez menos” e o jornalista deve estar preparado para produzir conteúdos para novos suportes, como os telemóveis ou as consolas portáteis.